+ "Longe é um lugar que não existe" +



Mais em: www.wordle.net

10 de novembro + Sugarcane... Weathervanes +

Como faremos isso?
Também não sei, meu bem.
Deixe que o vento decida.
Por nós.

+ Believe in Me as I Believe in You +

01 de agosto

"The indescribable moments of your life"

Tonight, tonight

+ Desromantizados +

"Apesar de poder haver muitas tensões, o momento tem potencial para ser bastante estimulante. Se vier acumulando pressões no trabalho, em casa e na família, elas serão muito difíceis de suportar hoje, principalmente se vem evitando enfrentá-las recentemente. Suas ações conscientes correm o risco de ser impulsivas e mal planejadas, na medida em que suas emoções estiverem em choque com sua vontade consciente. Nesse caso, você deve descobrir se não esteve fugindo de algum problema que gerou essa situação. Dias como o de hoje podem ser aborrecidos, mas trazem à tona tensões ocultas. Entretanto, talvez não seja uma má idéia deixar a poeira assentar primeiro, antes de agir. De qualquer maneira, este trânsito não será necessariamente tão difícil, a depender de como você vem cuidando de suas emoções".

"Você se cansará. Um belo dia parecer-lhe-á menos perfeito; ou você não gostará do seu tom de colorido; ou seja, lá o que for. Por isso acusará asperamente seu coração e achará que o outro procedeu muito mal a seu respeito. Na visita seguinte o acolherá com absoluta frieza e indiferença. A pior conseqüência de um romance de qualquer gênero é ele nos deixar desromantizados."
Oscar Wilde.

+ "Das besteiras e das besteiras e das besteiras que fizemos ontem" +

"Locked inside your head
Do you realize the things you said
Never made sense?

We can sit here and laugh
But we don't know the half of it,
In your defense

We've been talking a while
And it seems to me each time you smile
Lights are coming on
But they don't burn too strong
And they won't stay for long
And then they're gone again

Funnyman, got a plan to be something wonderful
Funnyman, listening to the world turn in on itself
Tuning in to a brand new universe
Funnyman could never be anything else.

Do you remember that night
When I had to play your angel
Saving your soul?
Even though you were holding on tight
A part of you was taken by the demons below

When no one to lose
Said you feel like a bruise
On a beautiful body.
And all the damage you do
Is so honest and true
I don't want to feel sorry for you

Funnyman, gotta plan to be something wonderful
Funnyman, listening to the
world turn in on itself
Tuning in to a brand new universe
Funnyman could never be anything else"

Kt Tunstall
"Funnyman"




para expressar o estado de espírito de hoje, já que não posso colar aqui um e-mail mal criado que escrevi, coloco essa letra de música

+ Se eu soubesse como parar... +

08 de julho

Se eu confessasse o quanto eu gosto de você, talvez você me achasse louca.

Se eu confessasse que sou louca, talvez você entendesse porque eu gosto tanto de você.


Se eu me jogasse mais aos seus pés, talvez você disesse aos seus amigos que eu não presto

E talvez, finalmente, se eu realmente não prestasse, já teria ido até você, esfregado sua hipocrisia na parede e seu resto de vergonha na cara no limbo

Se eu achasse isso que você faz tão errado assim, eu não estaria nessa com você

Se eu gostasse de ficar assim com você, ficaria por mais tempo por perto, mesmo achando tudo isso uma puta sacanagem

Se mais do que sacanagem o que fizéssemos fosse um pouco além e se nesse além eu pudesse ver ao menos uma fresta do teu coração, aí não seria mais sacanagem

Se eu gostasse de ver você me olhando e só olhando, me comendo e só comendo, me deixando e só deixando, talvez eu deixasse você fazer tudo isso acima, mas como eu quero tudo de uma vez, forte e pra sempre, talvez demore ainda um bom tempo pra você ou alguém conseguir simplesmente me frear.

+ Sorte ou Réves +

08 de julho

Quando éramos crianças e tudo era indiscutivelmente mais fácil, a sorte era decidida em um simples jogar de dados. Andávamos as tais casinhas e lá estávamos nós diante das famigeradas cartinhas de cor laranja... Sorte ou Réves são os nomes das cartas do Banco Imobiliário, brinquedo clássico da Estrela, que fez a alegria de muitas crianças por tardes a fio.

Só que no mundo adulto, real, nada é tão bonitinho como as casinhas e bairros vizinhos no tabuleiro do querido "Banco". Aqui tem trânsito, gente se xingando no trânsito... tem a sorte e a réves batendo a toda hora em nossos ombros e nos deixando assim... com cara de "que?".

A sensação que eu tenho é de que sempre estou buscando, procurando, me arrumando pra algo... indo ver algo, indo atrás, ligando, pensando, jogando, escrevendo, dizendo... e sempre para alguém... Como se as consequências daqueles meus atos na direção dos outros pudessem de algum modo respingar em retorno para mim.

No "Banco", jogávamos os dados e andávamos. Era um jogar e um andar e pronto. Erámos nós fazendo coisas por nós para nosso benefício. Agora, sinto o contrário. Me sinto distante de mim mesma. Como se eu estivesse jogando e não andando. É como se o jogar de dados da minha vida adulta fosse um jogar rezando para que caia na casinha certa e naquela casinha alguém venha empurrar minha cadeira de rodas ou ligar meu balão de oxigênio...

Parece que não é mais algo por mim, mas sempre uma falta de ar, uma busca, um balão de oxigênio bombeando ar de forma descordenada, desordenada e eu, desesperada tentando inalar. Sorte ou Réves para o dia de hoje? Não sei dizer. A vida passa rápido demais e as vezes jogar os dados fica tão complicado... Direcionar os pinos na direção certa então, nem se fala...

+ Bilhetes, lembretes, poemas e recados +

01 de julho

Te acordaria aos beijos, abriria as cortinas para o sol iluminar seu corpo, faria suas torradas e seu café.

Encheria nossa casa de flores, decoraria tudo com móveis claros e aconchegantes. Em nossa cama, muita maciez e almofadas aos montes, para nos acolher nos finais dos dias.

Na geladeira sempre haveria queijo, pão, vinho e frutas. E o que mais se precisa para ser feliz?

Buscaria suas roupas na lavanderia, iria arejar nossos cobertores e edredons, usaria lavanda pela casa e separaria seus livros por ordem alfabética.

Misturaria suas meias às minhas em nossas gavetas e deixaria nossos sapatos todos amontoados uns sobre os outros, só para lembrarmos, todos os dias, que somos uns do outro.

Deixaria bilhetes, lembretes, poemas e recados espalhados em pequenos papéis pela casa, só para te encantar e roçaria minhas pernas nas tuas, todas as noites, antes de dormir.

Propositalmente deixaria o cheiro do meu cabelo em sua camisa pela manhã, para você lembrar de mim o dia todo.

Seria mais organizada, deixaria que você guiasse meus passos e riria todas as vezes em que discordássemos sempre dos mesmos assuntos.

Eu casaria com você. Simplesmente, assim, como eu acho que deve ser. Eu e você.

de volta, a pedidos

+ Fragilidade +

30 de junho

Com a fragilidade dos teus medos, te vejo a me olhar
São tão delicadas tuas sentimentalidades que me fazem ficar parada por horas, na sua imersão
E recolho meus medos pra derramar no seu mundo
Quando rezei por dias e noites, jurei que te amaria até a exaustão dos meus ossos,
e derrubei por inúmeras vezes minhas percepções sobre a dor, a subestimei
Criei em torno de nós um palácio, e para sentir a maciez das suas mãos tocando as minhas, bastava fechar os olhos
Sobrevoei teu céu e nem cogitei recuar quando vi teu chão desfeito. Tentei entender mais do que o que seu pequeno coração demonstrava e quis dissipar as nuvens que embaçavam sua vidraça, mas meus braços me traíram e de forte, me fizeram quebradiça
Por meus dedos escorrem os vestígios do que devia ser concreto e volto a fragilidade
Olhos abertos e não enxergo um palmo a frente, só tua doce figura perfeita, agora desfeita
Desfaleço na sua frente, impactando em tua muralha, te assusto e são com os olhos revestidos de beleza que enxergo o que mais ninguém vê...
Tua prumada, teus dedos a dedilhar canções, tuas notas em forma de orações, tuas súplicas, tuas verdades veladas e as escancaradas... tua obviedade subjetiva, seu corpo, sua entrega
Repito que a fragilidade me assola, mas mais frágeis são teus medos, tão dispersos nos meus erros
E delicadas são nossas vozes, os pulsos, punhos, a respiração e assim, em mim a dúvida: ainda toco seu céu com a palma das minhas mãos?

+ O descompasso dos passos na direção errada +

20 de junho

E lá estava ela acordando novamente com aquela sensação... E pra dizer bem a verdade, acordando uma ova! Quem disse que ela havia dormido? Já com os planos em mente desde a noite anterior, aquele intervalo entre a noite e o dia havia sido um mero passar de horas...

Perfumada e com um brilho luminoso nos olhos, sabia exatamente onde tudo aquilo iria dar e apesar de já ter se programado para aquele momento, ao chegar, sentiu como se todos os "planos" estivessem desfeitos e dali, enquanto ele dirigia, ela olhava pela janela do carro... já sem planos nenhum.

Mais do que os planos, o que ela também viu escorrer pelo ralo foram os sonhos... ali, escorrendo... como se fosse algo "escorrível"... como se não fosse concreto! ops! e não eram mesmo... (Santa paciência!!) nem os planos nem os sonhos, e por fim, após a festinha, claro, não havia príncipe, cinderela, sapatinho e muito menos, planos e sonhos.

Pela miléssima vez e de novo, de novo... (Santo Deus!), ela pensou que seria algo diferente, algo palpável, algo do tipo "hum, vou te levar pra casa, gatinho!", mas ele não é uma pelúcia e nem ela é uma ladra, então... voltamos ao desconcertante momento em que ela percebeu a inconstância dos atos, o despropósito de estar ali, o descompasso dos passos dados na direção errada...

Era tudo outra vez, de novo, pra variar, como sempre... o mesmo discursinho vazio, patético e cafajeste. O mesmo cheio de fim de festa, o mesmo beijo seco, afinal, ao final, o mesmo gosto de "só isso", no final, afinal. A mesma solidão inconcreta e rarefeita, aquela que ela sente sempre (sempre e sempre) ao final de mais uma de suas histórias incompletas e desfeitas.


Nada é mais rarefeito do que um monte de nada tentando ocupar um monte de espaços vazios...

...nos desconcertantes momentos em que se percebe a inconstância dos atos,
o despropósito de estar ali, o descompasso dos passos dados na direção errada...

"eu vou contando as horas... e fico ouvindo passos... quem sabe o fim da história... de mil e uma noites de suspense no meu quarto..."

+ Deceitful Sweetness +

+ 17 de junho +


Lilias
"Deceitful Sweetness"

Para brincar na net: Monte sua banda e crie a capa de seu primeiro CD! Vamos lá:

1) Acesse en.wikipedia.org/wiki/Special:Random - o título da primeira página aleatória que aparecer será o nome da sua banda.

2) Vá pra www.quotationspage.com/random.php3 - as últimas quatro palavras da última frase da página formarão o título do seu disco.

3) Acesse http://www.flickr.com/explore/interesting/7days/ - a terceira foto, não importa qual seja, será a capa do seu disco. Se a imagem não puder ser salva com o botão direito, use Print Screen, mas de qualquer forma, coloque um link para a página em que está a foto.

4) Faça a capa no seu editor de imagens favorito.

Dei uma mudada na história, afinal, "than in deceitful sweetness" fica meio sem sentido... Então ficou assim: minha banda se chama: "Lilias" e nosso primeiro álbum é o espetacular "Deceitful Sweetness", do trecho de uma frase de Francis Quarles: "There is more profit in a distasteful truth than in deceitful sweetness."

+ Escândalo +

+ 17 de junho +

Ele entende, sabe tanto quanto eu e vê como estremeço ao menor sinal de um suspiro. É como se tudo dentro de mim derretesse, escorresse, corresse... em sua direção. Mãos, boca, meus dedos dedilhando, de leve, seu rosto, desejando que de perto ele não saia nunca mais. Chorando ao ver seu sorriso tão perfeito, assim, por mim. Como eu queria te ver voando... Como eu queria teu céu para mim. Vendo você dormir e me segurar... penso nas coisas que eu não sabia...

"I feel it all. I feel it all. The wings are wide... The wings are wide. Fly away. Fly away the one who want to make."

"Vem pra minha ala que hoje a nossa escola vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória neste lugar
Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar
Na Portela tem, Mocidade, Imperatriz
No Império tem, uma Vila tão feliz
Beija Flor, meu bem, a porta-bandeira
Na Mangueira tem morena da Tradição
Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar
Repique tocou, o surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Lá lá lá..."

Tribalistas
"Carnavália"

e mais acima, a queridíssima "I Feel it all",
da Feist

+ Do seu Lado +

+ 06 de Junho +

Tudo que eu queria era que você me ensinasse a andar
Quando finalmente achei que tivesse aprendido, entendi...
O que eu queria mesmo era que caminhasse a meu lado.

Havia mais flores no caminho
Certamente você saberia o que fazer, mas eu...
Decidi que iria apenas olhá-las

Juro, não faço idéia do que fazer quando saio do prumo...
Tudo que eu preciso é você dizendo "tudo bem, faça"
Preciso do seu consentimento para invadir sua vida
Você entende isso?

Tudo que eu preciso é não pensar em mais nada e nem ficar achando que há sempre algo a entender
E você rindo absurdamente quando eu começar a enlouquecer

05 de junho + Pequenas Mágoas em Dias Errados +

Divagando e falando consigo mesma...


Acho que precisamos conversar
talvez eu esteja sendo preciptada, mas convenhamos, ando merecendo umas explicações...
e mais... uma hora ou outra você conheceria esse meu lado neurótico... então...

Talvez hoje nem seja um bom dia porque estou de TPM, ou seja, altamente irritada e instável emocionalmente e claro, sua ausência só agravou meu estado... por isso, caso eu seja grosseira, por favor, entenda... certamente hoje não é um bom dia...

Não pretendo te tirar da minha vida, mas por favor, não seja assim tão imprudente
eu posso ser bem melhor quando estou sã
não provoque minha fúria.
meu desprezo te mataria, acredite.


Não faço idéia do que pensar... O fato é que detesto achar que me importo mais com alguém do que esse alguém comigo.
Carol

Um pouco mais tarde, nosso querido casal, por e-mail

- Bom dia. Cheguei agora do aeroporto. Tudo bem com você? Um beijo.
- Tudo bem, e você?
- Cansado demais...
- ... Complicado, né?!
- Tá brava?
- Não. Só tô quieta.
[Silêncio]
- Quando você viaja?
- Na sexta. Porque?
[Sim, ela sabia o que ele queria ouvir e então... claro... falou]
- Porque eu quero te ver.

No dia seguinte, recuperada de sua crise...

Bom dia
Sim, bom dia mesmo, afinal ontem... o dia foi estranho...

Sim, ontem eu estava brava e mais do que brava... de péssimo humor.
Um humor tipicamente feminino, assim, meio inconsequente e que deixa os homens com cara de "quê?"

Mas antes que eu peça desculpas pelo modo como estava, por favor, diga que entende, que está tudo bem e morra de rir de mim.

Meu acesso de mau humor ontem me deixou tão tão chata... a ponto de esquecer que é só lembrar de você, que logo começo a sorrir. Mas hoje lembrei...

Um beijo,
Carol

* "Pequenas Mágoas" foi o título escolhido, mas poderia facilmente chamar: "Maldita TPM" ou ainda "Porque você tem que fazer essas coisas justamente quando estou altamente irritada e fora de mim?" e mais "Se você sabe como, não demora e faz logo!"

Simplesmente me abrace.

29 de maio + Juro que não Sei +

20 de maio + My Man My Passion +


Perfeito é tudo que não pode ser quebrado, desfeito, mas nunca é desse jeito
Perfeito é quando a lua caí e tudo fica quieto
Quando as horas correm e eu fico segura...

O mundo é pra sonhar... o mundo é desse jeito...
Meu mundo é seu lugar
Tudo agora está perfeito
Perfeito é quando tudo fica em paz e você me acolhe no seu peito...

mio uomo la mia passione

13 de maio + Nossos Beijos e o Nosso Lugar +

"Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms


My life
You electrify my life


Our hopes and expectations


In my arms
I just wanted to hold
You
In my arms"

Muse
Starlight


Canção para o dia voar...
Que as horas acelerem tanto quanto meu coração
E que meus lábios derretam junto aos seus
Só o que me resta é desejar...
Que nosso enlace se deseje ainda por muito tempo...
A espera, a expectativa, a reação, o impacto,
o imprevisível, os segundos antes do...

In your arms

07 de maio + A Caminho das Nuvens +

Sim,
eu deveria estar quieta e pensando
deveria estar em contato com assuntos pendentes e assim, tentar enfim resolvê-los
deveria estar apenas comigo e não com tudo isso que me cerca
Sim,
deveria estar me protegendo e de algum modo, me acalmando
deveria determinar isso tudo e parar
talvez de algum modo isso me trouxesse paz
Sim,
eu deveria estar revendo lições aprendidas, mas isso levaria um tempo tão lindo e não posso perder
Sim,
eu deveria nem estar pensando nisso
mas eu penso

Pouco...
mas penso...

E apesar de nunca ter sido irresponsável com os direcionamentos que deixei e permiti que meu coração tomasse, talvez agora, nesse momento, eu esteja sendo um pouco... talvez não esteja enxergando essa possível necessidade de pausa... sim, talvez eu seja assim... Mas como quem recolhe meus cacos sou sempre eu mesma...

Bem, e como diria um querido amigo meu, aliás, leitor deste blog (será? ainda? enfim...), "não é um simples se jogar". Não mesmo, querido... não mesmo. As vezes entendo mais sobre isso... as vezes finjo que não.

Talvez eu faça isso para sempre.

no céu da boca...

30 de abril + Delicadeza +

22 de abril + Quero dançar com Você +


Quero o cheiro dos meus cabelos na tua camisa
Os meus melhores beijos, a tua alegria
O que te faz melhor, te acolhe a alma,
Sua...
Absolutamente... sua
Teus olhos perdidos tentando me encontrar

"Quero Dançar com você
Dançar com você...

(...)

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás

Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer"

"We don't need to say goodbye
We don't need to fight and cry
No we, we could, we could hold each other tight
Tonight...Tonight..."

So sorry
Feist

pés de vento sobre a sacada de concreto
concreta sua vida, toda encaixada e moldada,
planos desenhados em papel de pão...
sonhos engavetados que eu li nas linhas da sua mão...

tudo que eu não vejo não me machuca
os muros da tua vida e eu tendo que escalar
como pode ser? tanta paz quando te coloco em meu colo...
esse olhar que você lança sempre que eu passo...

eu quero a sua vida para mim
eu quero a sua vida em mim

essa é a sua condição?
manter seu mundo assim do seu jeito?

hoje eu acordei sentindo uma falta absurda
e quando olhei pra'quela direção já tão batida,
fixei os olhos em você... mas o sol não me deixou te ver

será que ainda pensa em mim?
será que ainda me mantem dentro de você assim como eu te mantenho?
assim... como um pesar que não passa...

18 de abril + De braços dados com o acaso +

Sussurros ao Vento
By Camila Perillo & Drica Fernandes

No sussuro murmurante do vento, corações conversam
À distância
No sereno
Sonhos refletidos no brilho do lago
Peito arfante de emoção
A lua por testemunha.


Ele:

Vem, menina
Deixa eu ser o seu herói,
Vem correndo para os meus braços, que é só disso que eu preciso pra sair dessa prisão
Largo tudo pelo chão
Esqueço
as fotos e os cacos
Saio desse meu mundo vão
Me resgata dessa torre
Abre espaço pra eu chegar

Ela:

Vem menino, vem comigo
Voar nas asas cristalinas da esperança
Escrever com coragem a nossa história
Feche os olhos
Deite aqui
É pra ser bom, então deixa eu te embalar

Ele:

Chego
Vou
Deixe apenas eu acalmar a sua toada
Dessa falta, desse nada, desse resto de vazio que oprime a minha visão
Mergulhe toda em mim
Faça casa no meu corpo, no meu cheiro, no meu braço
Mire os seus nos meus olhos
Encontre paz no meu peito
Que eu já sinto seu pequeno róseo coração melhorar
Já sinto você aqui enfim... em mim
Para sempre
Minha

Ela:

Vou
Já cheguei
Mas volte, volte logo
Evapore de mim essa saudade
Vem comigo
Faça desse novo tempo o seu abrigo, o seu veleiro
Deixe a calma ser seu abraço
A crença a sua guia
A doçura o seu aconchego
O meu amor o seu colo

Ele:

Fica
Sejamos somente um do outro
Eu para você
Você para mim
Deixe florescer na alma aquilo que tanto se quer
Renascer na alegria
Adormecer no encontro do êxtase
Despertar na mansidão

Ela:

Eu, menina
Sua flor, sua certeza, sua alegria, sua mulher
Todo um céu para voar, com espaço para sonhar
Sim, eu aceito, eu espero, meu amor.

Ele:

Eu, menino
Seu amigo, seu amante, seu escudo, seu homem
Todo um mar para navegar, com um porto para chegar
Sim, eu escolho, lhe recebo, minha flor.

Ela:

Calma
Já estou
Eu lhe amparo, cuido de você
Resgato esse seu acreditar
Arranco esse seu medo para fora da garganta
Faço novamente das suas asas, gaivota
Liberto e crédulo para novamente amar

Ele:

Deixa
Estou bem perto
Eu ajudo seu corpo a levantar
Passe sua vida a limpo, redescubra o seu sorrir
Faço a seu lado o rascunho e parte do ensaio
Depois espero quieto na primeira fila da platéia
Flor na mão
Riso nos lábios
Orgulho nos olhos
Emoção em chamas
E só depois te coloco para dormir

Ela:

Respire.
Já entrei na sua sala e agora enfim sou sua.

Ele:

Suspire.
Já cheguei na sua morada e me fiz somente seu.

Ela:

Sei que pensa, questiona e que luta para me entender
Mas se acalme, no silêncio, deixe apenas a explicação se perder
Não importa
Estou ao seu lado
Deixe as horas só passarem em lentidão

Ele:

Respire fundo quando for chorar
Não deixe mais esse pranto rolar
Eu seco todas as suas lágrimas
Entrego de presente estrelas para ver você brilhar
Feche os olhos
Abra os braços
Sinta o que bem que isso te faz
Estou aqui

Ela:

Veja
Sinta
Nossas vidas se acolhendo no silêncio
Um mundo novo no âmago dessa só nossa nova paz
E eu recolho toda a bagunça do que estava fora do lugar
O recebo, meu amado, nos meus braços
Me enlaço a seu corpo
E deixo você me ninar

Ele:

Venha
Suspire
Me acalme em sua vida, sinta a vida que há em mim
Faço vida no seu corpo, você faz vida no meu
Venha então, de uma vez, inteira, intensa
E me diga somente que sim

Ela:

Sim, amor, cheguei

Ele:

Sim, amor, te achei

Não importa se ela é ele, se ele é ela.
Mas ela é dele e ele é dela.
São dois corações carregados do mesmo sentir.
Corações de algodão que a vida esbarrou.

Sentimento inexplicável em meio as barreiras das vidas que deles já se encarregava.
Afinal são apenas porcelanas em partes, de uma peça só, de um mundo só.
De um mundo para chamar só deles.


"De um momento inspirado, sentimentos separados por milhas de distância, se casam, se falam, se compreendem. Uma provoca, a outra reage. Uma linda parceria de dois corações que andam em mesmas estradas, em busca do mesmo fim."

Para Drica com carinho.
Publicado também em:
Santo Blog Nosso de Cada Dia



15 de abril + Ready for the Floor +

"(...)
Ao teu encontro, Homem do meu tempo,
E à espera de que tu prevaleças
À rosácea de fogo, ao ódio, às guerras,
Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te
Conheças
E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra,
e os outros.
Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa.
As coisas serão simples e redondas, justas.
Te cantarei
Minha própria rudeza e o difícil de antes,
Aparências, o amor dilacerado dos homens
Meu próprio amor que é o teu
O mistério dos rios, da terra, da semente.
Te cantarei
Aquele que me fez poeta e que me prometeu
Compaixão e ternura e paz na Terra
Se ainda encontrasse em ti, o que te deu."

Hilda Hilst
Poemas Aos Homens Do Nosso Tempo

Coloquei a ponta dos dedos em meu lábio e senti o sangue ainda quente.
Meu sangue, ainda quente.
Dali não vi mais nada.
Tarde demais.

30 de março + Cheiro de Neblima +

Sentada, já com um copo na mão, ela lia seu último livro. Havia comprado há duas semanas mas não tinha tido paciência para começa-lo. Julgou aquele momento propício.
Já estava no segundo café e não tinha a menor pressa em termina-lo. Gostava de engolir e ficar com o gosto do café por alguns instantes na boca, senti-lo e só depois, voltar a outro gole.

Dessa vez, não por ansiedade, mas sim por inércia, havido chegado antes do horário combinado, além do que, queria ambientar-se bem ao local escolhido por ele, ficando assim mais segura; Os cabelos estavam soltos e os punhos e colo, cobertos. O frio já não era tão impiedoso, mas sair de manhã ainda exigia certa proteção. Esse foi o modo que Marília escolheu para prostar-se diante de Fernando e ouvir o que ele ‘tinha para dizer’. Sim, afinal, apesar de calado, ao lado dela, punha-se a falar numa velocidade inalcançável para outros ouvintes. Entendiam-se, mas tanto entendimento exigia momentos de silêncio. Momentos estes, talvez, mais impiedosos do que o frio que começava a partir. E dessa vez, ele havia a procurado e a incitado, dizendo ‘aquelas coisas’ que ele sempre diz, e por fim, afirmando que havia ‘algumas coisas’ que ele ainda precisava dizer.

Já passava das 10 da manhã quando o vento ameaçou de leve e balançou a toalha de sua mesa. Ela simplesmente adorava o cheiro das manhãs de domingo. Manhãs, que ela gosta de dizer, tem “cheiro de neblina”. Para Marília, havia algo especial com aquelas manhãs. Ele sabia. Propositalmente havia escolhido aquele local, de modo que Marília, prestando ou não atenção, suavemente sentiria a brisa trazendo o tal cheiro, de neblina, ao seu encontro.

- Não, não, não! De onde você tirou isso Fernando?
- De lugar nenhum, Má. Ou melhor, de todos os lugares. Você fez questão de me mostrar.
- Mostrar? Questão? Ok Fernando. Pode começar a traduzir o seu diálogo porque chegamos naquele ponto clássico onde eu paro de entender o que você pára de explicar.
- Não é questão de explic...
- Nando, pelos céus, pelo amor que um dia houve – e que foi absoluto e intenso – se você for passar o resto da eternidade deduzindo meus ais, morreremos a míngua do nosso amor, os dois.
- Mas o que era aquilo então? Por que tantas vezes quis te dizer tantas coisas e não sabia por onde começar? Não sabia em que mundo te achar. Percebe Marília, você me coloca em situações desoladoras.

Pausa.
Marília fecha os olhos e pisca longamente. Vira a cabeça para o lado como se buscasse fôlego e sem que ninguém peça, chega a mesa outros dois cafés grandes. Marília retoma o olhar em Fernando.

- Quando com a palma levantada me acertou, Fernando, chorei e quis por um instante supor que te odiaria para sempre, mas a mesma palma me acariciou e de joelhos, pediu meu perdão e de renascida, fiz-me tua novamente. Agora não me venha tacar pedras pois eu jurei nunca mais derramar uma lágrima sequer em teu nome, Fernando. Não me acuse injustamente de algo que eu nem cometi.
- Não estou te acusando, entenda. Estou dizendo que para mim estava tudo muito claro. Vi e revi, refiz teus passos, teus cálculos e enxerguei sim, Marília, enxerguei o que de ti consegui ver.
- Ver sem me enxergar, Nando? Supõe que vê, mas a mim não lança nenhum olhar. Vê o que quer ver. E digo mais, vê por que quer ver. Prefere a desolação que encontra em tuas verdades criadas do que a realidade que minha vida te entregaria. Baseia-se na dor de outrora para tomar-te como tua e não vê, enfim, que de ferida também fui eu e que de algum modo tive que aprender a nadar na tua tempestade.

Ouvir da boca dele que ela o colocava em situações desoladoras, a desmoronava. A levava a um estado de consciência vazio, mergulho na escuridão, aquela velha máxima que ela passaria talvez a vida inteira tentando entender. As verdades e os porquês dele, sempre tão imutáveis, suas verdades criadas para se defender.

- Então me mostre afinal teus ais, Marília. Onde esconde tuas preciosidades e porque julga as minhas interpretações tão imprecisas? Mostre onde estou errando quando de ti julgo o que vejo sem te ver. Porque para mim, Má, está sim tudo claro, tudo ali, tudo que é você.

Haveria ali um momento de exaltação, e ela lançaria mão de todo seu discurso, usaria todas as palavras possíveis para se ‘defender’, se ‘explicar’ e de Fernando não obter nada mais do que o já conhecido olhar de reprovação. Exitou. Sentiu novamente o cheiro forte de ‘neblina’ que os enlaçava naquela manhã e quis sussurrar palavras doces em seu ouvido.

Ao contrário de outras vezes, sentiu Fernando por perto. Sentiu por bem mais do que poucos instantes, a presença infinita de Fernando em sua vida e ali se viu segura. Se viu acolhida nos braços dele, independente da situação e muito mais independente ainda do que havia sendo discutido ali.

Como se no silêncio houvesse mais respostas do que nos discursos batidos de ambos, ficaram calados e enfim perceberam a importância daquele momento. Já não havia explicações a dar e nem porquês a entender. Pela grandeza da história em si, maiores explicações virariam meras formalidades aquela altura da vida.

- Fernando, seremos os dois errados se formos analisar todos os passos dados. Não por erros de interpretação, mas pelo fato de que há tempos, nossos passos já não são em nossas direções. Dirigimo-nos a outros mundos. Retiramo-nos de nossos mundos e de lá, seguimos. Olhar para meu mundo com seus olhos não te mostra para onde eu fui, entenda. Mostra apenas onde estou, mas isso não muda em nada quem eu sou e o que sinto. É isso que espero que entenda e carregue com você. Assim como eu carrego.

26 de março + O sono dos anjos +

Abri o livro na inútil tentativa de fugir de mim e de meus pensamentos, que apontavam todos para o recente ocorrido. Impossível.

Comecei lendo os agradecimentos, que eu adoro, mas as vozes estavam altas demais dentro de mim e eu só conseguia pensar mais, abominar mais, indignar-me mais. Até que cheguei no delicado momento em que, mais do que pensar e repudiar, eu estava a um passo de deixar que aquela história me ferisse.

Nesse ponto encarei de frente os fatos, olhei fixo pra dentro e vi coisas quebradas, rasgadas os fragmentos mal passados. Sim, eu estava a um passo de começar a sofrer com aquilo.

Voltei os olhos para o livro. Me deparei - pela segunda vez - com uma frase e fui salva. Pelas mãos de Hosseini veio o "eu vou amar você para sempre", dedicado a sua Roya.

Claro como água me vi novamente diante do que por tantas vezes já estive, mas fugi. Esse tal, pra sempre. A verdade imutável de que amores são ternos e eternos de tempos em tempos me assombra. Fica comigo um tempo e também por vezes, me deixa. Perco a crença “nessas bobagens” por um tempo, mas rapidamente volto a minha essência e vejo tudo ali, todo meu deslavado romantismo e crença total nos amores eternos e puros. No meu amor. No quanto posso ser e fazer por alguém.

E foi só por causa dessa frase tão linda que eu pude me concentrar e segurar “na unha”; não permitir que “aquele” recente ocorrido me ferisse. Os espinhos estão todos por aí, cabe a nós, mais do que desviar, arranca-los de nossos jardins.

Espero apenas, sinceramente, ter forças para não odiá-lo. Não por ele, que não merece nem meu ódio, mas por mim, afinal, preciso seguir em paz e odiá-lo levaria um tempo a mais, que honestamente, não tenho mais.

Juro. Juro que procurei mil formas de fazer isso; rondei meus sentimentos, ignorei o quanto as mágoas me feriram, quis não ser drástica, mas não tem jeito. Só há um modo de fazer isso. Só há um modo de encerrar os ciclos. Encerrando.
rastros de amor, do que já não há
pedaços pelo chão, para me entregar
o que a sua ausência ainda causa em mim
melhor esquecer

25 de março + Para alguém que ainda chora +

Para minha querida, minha amada, minha irmã, minha amiga. Linda, esse é para você. Esse é para o seu pequeno coração. Queria estar por perto, estar mais perto. Saiba querida, daqui estou sofrendo horrores ao te ver assim. Força amiga, força.

Queria mover as nuvens, arrancar do seu peito essa angústia, quebrar todos os pedaços que essa dor vai cavando em você, te trazer para superfície. Queria tantas coisas. Ouça, estou aqui. Escreva e desague o quanto for preciso. Não que haja uma medida para essas coisas, mas enfim. Desague o quanto seu coração precisar.


06 de fevereiro + O resto da minha alegria +

Amor, porque me pede?
Por que tomá-las de mim?
De nada adiantaria, de nada...
Se perdeu sua capacidade de voar, porque implora assim, desse modo velado e tão seu, por minhas asas?
Sim, eu daria, sabe disso.
Mas o que faria com elas?
Me deixaria te ensinar a voar, de novo?
Acho que não...
Por isso te peço, amor:
Não mais me peça, assim como também não mais beba de minha sanidade, não mais alimente suas buscas com minhas palavras, não mais vele sua saudade esfregando em minha cara suas verdades, tão certas para você e não mais desfaleça deste modo em minha frente, como se por falta de... de... nem sei, minhas asas não fossem moldadas para os seus braços. Não amor, por favor, não.

05 de fevereiro + Canção para quando a chuva passar +

Não que faça algum sentido.
Não que precise fazer.

31 de janeiro + Joguinhos de Azar +

Após um assustador insight na noite anterior, cheguei disposta a “colocar meu plano em prática”. Sem muitas dificuldades lá estava eu, deparada com aquele país todo, histórias de um mundo novo, dizeres que diziam tudo numa velocidade estranha. Corri para lá.

A princípio desconfiei, mas por alguma curiosidade estranha fiquei por alí e fui mergulhando, já sem muito entender. Os nomes citados, o modo como aquilo havia sido feito, pequenos detalhes confessionais, sim, possivelmente meu insight havia gerado frutos. Claro, uma coisa meio Marília de ser, senti medo, senti frio, senti mais que frio, senti aquele friozinho meio anestesiante...

Alguns “detalhes” descritos não condiziam com o que eu supostamente estava querendo enxergar, porém, outros... assustador... se por um lado havia resquícios de um “pára de viajar, Camila!”, por outro, havia, assim, de graça, de bandeja, provas declaratórias do que eu estava buscando desde o primeiro momento em que ali cheguei.

Ah... aquelas subjetividades sempre tão óbvias, agora me soavam esquisitas... Admito que eu talvez tenha sido prepotente demais ao acreditar que nada mais vindo dali era subjetivo o bastante para meus olhos já viciados naquela atmosfera.

Teria nosso anti-herói mudado de país, profissão e objetivos? Hum... talvez sim, devido ao cansaço, mas uma coisa batia forte ainda: aquela coisa que ele tem, meio secreta, meio velada, meio... joguinhos de azar... Caberia agora então a nossa anti-heroína imergir pra bem fundo e de lá voltar com algumas respostas aquelas novas perguntas.

29 de janeiro + Por todas as horas +




Nina Simone
"Feeling Good"

24 de janeiro + Maré +

"Se tu me amas,
ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos."

Trecho de "Bilhete"
Mário Quintana



"depois te amo mais"

23 de janeiro + Da minha janela eu posso te ver +



"I realize we won't be able to talk for some time,
And I understand that as I do you.
The long distance thing was the hardest,
And we did as well as we could.
We were together during a very tumultuous time in our lives.
I will always have your back and be curious about you,
About your career,
Your whereabouts..."

"Little darling, I feel that ice is slowly melting (...)
Here comes the sun, here comes the sun,
It's all right"

22 de janeiro + Abuso +

Encontrar-se no abismo da saudade
é constatar que está se “preso por vontade”

Concentrar os meus esforços nesse estrago
é morrer todo dia a seu lado

Adorar teus olhos nos retratos
é viver menos, é viver só de pedaços

Amar “o que já não somos nós” e me atirar a míngua da tua sorte
é esquecer meu rumo e me guiar pelo seu norte

17 de janeiro + Mesmo Querendo +

Amor, ver-te ao longe é ver-te menos. É não ver-te. É desver.
Amor que é meu amor de longe, que sabe que amo e ri sem querer.
Diverte-se com a angústia que meu peito dispara e declara e mesmo quando vê o sopro a tomar meus dias, nada faz
Brilho e me espelho em tuas carícias tão ausentes e que mesmo sem tocar, me arrebatam
Amor que não diz nada, faz chorar minha prumada, me deixa quase tua escrava, tua Isaura, de corpo, fios e poros
Roço minha língua em meus lábios pra sentir teu beijo quente,
Encosto a ponta dos meus dedos gélidos em meu punho pra sentir a pulsação e tento sentir a textura que por vezes roçou seus braços e por eles deslizou.
Ah amor, fez de mim tua súplica, me torno apenas coadjuvante de minha própria vida ao decidir ser tua inteira, ao decidir te amar pra sempre, esse amor quase impuro, as vezes doente, e que por vezes, negado
Amor, eu choro. Faz-me melhor ao deitar-se a meu lado e velar meu corpo cansado, antes que a alma desbote as mais pálidas cores desse inverno intocável.
Faz-me parar de escrever pra ti gritando, chorando, suspirando, implorando
Amor que já não sei se imploro ou apenas abrigo em mim como um doce pesar.
Ouvir-te sem te ouvir é ouvir-te mais, é ensurdecer, é enlouquecer

Texto meu, altamente inspirado nos lindos "estragos" que a poesia de Mário Cesariny faz em mim... para deleite, "faz-me o favor":

"Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor - muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê." - Mário Cesariny

Abaixo, mais devaneios... para esmorecer...para morrer de amor, para desfalecer ao ler frases como "mesmo querendo"... trecho de "votos de submissão", por Fernanda Young

"(...) Os meus desejos irei ver nos teus olhos refletidos.
Mas quando for a hora de me calar e ir embora sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola, mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.
(Nem vou deixar - mesmo querendo - nenhuma fotografia.
Só o frio, os planetas, as ninfetas e toda a minha poesia)” - Fernanda Young

16 de janeiro + "Teus lábios são... labirintos..." +

"O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia bombardeada, a libido e o vírus
O poder o pudor os lábios e o batom

Que a chuva caia como uma luva
Um diluvio um delírio
Que a chuva traga alivio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
Que a noite traga alivio imediato

Há espaço pra todos há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silencio e parte o coração

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide todos se separam
Duas Alemanhas duas Coreias
Tudo se divide todos se separam

Que a chuva caia como uma luva
Um diluvio um delírio
Que a chuva traga alivio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tao demente quanto um raio
Que a noite traga alivio imediato"

Alívio Imediato
Engenheiros do Hawaii

com o coração na mão e um nó na garganta, te digo: obrigada

16 de janeiro + Lying in my bed +

Seus pedaços em meus espaços
A doce perdição e as horas mais bem vividas, pelos ares
Respirar o mesmo ar que você é o que alimenta minhas certezas
Busco o que eu sei que está bem na minha frente, seu rosto perfeito e seu sorriso repleto
Desperto
De peito aberto vejo a nova construção, vejo o coração corado e nada mais desentoa nosso ninho
A diferença entre nós está justamente no fato de não ficarmos buscando o que nos destoa
Escolhi ser feliz e isso significa que escolhi ficar mais perto de nós
Mais perto de onde sou mais eu em você, onde está tudo por perto de nós e no meio de tudo, onde está você.

15 de janeiro + Pelos Ares - Parte II +

Inerente a mim existem as vontades, existem as queridas Marília, Julia e a Ana Carolina, existe uma saudade, existe uma angústia que atormenta e não importa, não importa mesmo o quão bom ou florido seja o dia, esse aperto vive aqui. Inerente ao que eu viva ou quem viva comigo. Existem meus eus gritando desesperados comigo me dizendo que desesperar não é justo comigo mesma, existem coisas além da minha compreensão, fatos, fotos, sobras, pedaços... Pesos que vou carregar comigo pra sempre, como um prego cravado. Existem provas que eu fico dando, amores que eu vejo passando, horas e o tempo levando.

E eu sei que esse meu jeito te irrita. Te deixa pensativo: "Mas porque ela pensa tanto em tudo?". Sei mesmo e sei também que esse foi um dos motivos... Mas eu não sei ser de outro modo, não sei te amar de outro jeito, não sei ser menos passional, menos Camila. Isso seria mentir para mim.

Hoje eu vi seu número no visor e relutei em atender. Pensei em tudo e no que não devia fazer. Pensei em te deixar e assim deixar também o melhor de mim. Pensei em deixar o céu cair sobre meu mundo e em deixá-lo estremecer. Pensei que cedo ou tarde eu sofreria e por isso melhor seria calar agora. Pensei em tantas coisas e de olhos fechados te encostei em meu coração. Aqueci. Entendi. Te atendi.

15 de janeiro + Registro +

"A esta altura do campeonato, se eu tomar isso vou cair dura aqui! cê tá louca?"
"Meu! você viu o que você fez ontem? toma logo, pô!"
"Olha, vocês duas, juro, isso tá ferrando com a gente e mais lenta do que isso não vou aguentar."
"Parei. Decide você."
"Passa logo tudo isso a limpo, pelo amor! Tô surtando aqui!"
"Tá, mas antes vou tomar."
"Toma logo!"
"Toma nada!"

14 de janeiro + O melhor mesmo é me amar +

Sei que me odeia.
Sei de todos os motivos e concordo com alguns. Com outros, apenas entendo.

Te vejo com os mesmos olhos que me vê, mas admito, talvez eu não veja tudo em você.
Sei o que preciso e o que me faria feliz, e mesmo sabendo que isso não viria de você, te olho, sem entender.

Sei que me odeia. Motivos deve ter.
Seus porquês, suas verdades, coisas que eu não quero entender.

Me odeia, mas odeia mais ainda o esforço diário que faz para se lembrar disso.
Como se estivesse sempre lutando contra.
Lutando para lembrar dos motivos errados, imperfeitos, revirados.
Lutando para repetir para si mesmo que “por essas e outras” deve mesmo me odiar.

E grita para o seu inconsciente o quanto quer me detestar, mas ele te trai, te encara de frente e te olha bem fundo. E no espelho seus olhos gritam e te mostram o quanto ainda me ama.

É nesse momento que me odeia mais e entende que pode até tentar, mil motivos encontrar, mas esse encanto te encontra e te mostra que o melhor mesmo é me amar.

***

Pior sou eu, que pus meu peito em perigo ao decidir ser teu abrigo e nunca mais eu tive paz.

11 de janeiro + Em chamas +

Incrível é essa capacidade (no meu caso, habilidade), de imergir em caos particulares e infinitos...
Camila, Camila, Camila... quando você vai me dar sossego??
Vê se pára, por favor!
Ouvindo beeem alto Matchbox 20 e acompanhando o fim do mundo, daqui da minha janela, de onde todas elas, (seja a doce Marília, a espevitada da Julia ou a emputecida Carol), todas, sem exceção, caem feio.

Enquanto minhas pernas ficam bambas, meus braços perdem as forças e os pêlos do meu corpo se arrepiam infinitas vezes, seja de frio, seja de... desfaleço. Enquanto meus pulmões bombeiam o ar desesperado e me entregam, roço a ponta da língua aos meus próprios lábios e inclino de leve a cabeça para trás. Sinto meus cabelos escorrendo pelas costas e de algum modo sei que está aqui. Em algum lugar ainda em mim.

Se ainda soubesse como ou se ainda tivesse forças para isso, choraria. Hoje eu choraria o choro mais alto da minha vida. Desmaiaria só para ser encontrada por você. Imploraria suas mãos por mais 5 minutos e morreria olhando pros seus olhos, que por tantas vezes já me encheram de encanto. Eu desfaleceria por você, hoje. Que estranho!

Vamos ver até onde aguentamos. Até onde isso vai.
Se eu não beber algo hoje, com um carro e um cartão na mão, algo vai dar muito errado.

Sua boca é rala e nada mais que sai dela me convence. Você me desmonta, é fato, mas isso é só porque tem um lado meu que é totalmente viciado. Só por isso. E não porque eu ainda sinta, de fato, algo por você.




Eu também acredito que o mundo esteja em chamas.

11 de janeiro + Pedacinhos +

Porque é tudo mais doce.
Porque eu fico mais doce.
Porque você... você entende, mesmo sem entender nenhuma dessas palavras confusas que saem da minha boca...


Porque você vê... enxerga em mim o que eu nem sei se mostro direito... uma Camila meio que nos bastidores... mas você sabe bem...
Porque ontem eu sonhei com você e porque sua voz... sua voz... sua voz me acalma a alma.

Me acalma inteira. Me entrego inteira. Fico assim... hum...

Me acorde assim sorrindo, que eu fico aqui pra sempre.
Sorria sempre assim, que eu fico assim serena, perdida, entorpecida nas pequenas coisas...

Por quanto tempo tiver que durar.
Por quanto tempo o tempo deixar.
Por quanto tempo meu céu for seu mar.

"The little things you do to me
are taking me over
I wanna show you
everything inside of me
like a nervous heart that is crazy beating
My feet are stuck here
against the pavement
I wanna break free
I wanna make it
closer to your eyes
get your attention
before you pass me by"

10 de janeiro + Sem perder a ternura +

"Paulo,

Escrever para você é pura perda de tempo, é desfalecer sem razão, é dizer novamente o que já disse tantas vezes, seja com palavras, seja com desprezo, porém, insisto em escrever.

Paulo, quando me fez aquelas perguntas, dia 8, às 7:30 da manhã, talvez não tenha visto meu olhar de repulsa, que ficou escondido atrás dos meus óculos escuros. Mas sim, senti repulsa. Porém, pra ver até onde você ia, agi com naturalidade. Naturalidade inclusive, com que agi durante seus telefonemas e e-mails daquela semana. Entendi tudo aquilo como um desvio de conduta, uma transgressão, enfim, não te julguei, longe de mim.

Olha Paulo, sinceramente, por mais nojento que tudo aquilo tenha me soado, hum... achei engraçado uma pergunta daquelas vindo da sua parte, assim, tão de repente, e pensei que nosso grau de entendimento e amizade era tão grande que te fez falar aquilo. E de qualquer modo, como tantas outras vezes, a decepção maior ainda estaria por vir.

Quando achei que aquilo tudo havia sido pura fraqueza da sua parte, vem você e bate minha cabeça no chão: assim, sem o menor constrangimento, sem o menor pudor, colocou outra em meu lugar antes mesmo que os lençois esfriassem. E me olhou daquele jeito... aquele jeito que eu e você sabemos bem: sua cara de cachorro arrependido e carente, "o que eu fiz de errado, Carol?", mas juro Paulo, nunca mais vai tocar em um único fio dos meus cabelos. Juro pela repulsa que sinto do que fez.


Não sei como ainda não aprendi! Decepcionar-me com você é tão corriqueiro Paulo! Porque ainda me assusto com suas mancadas? Tão repetidas e atrasadas. Tão mais do mesmo e tão reveladoras... Me mostram tanto de você e mesmo assim Paulo, não vejo. Porque? Talvez porque você seja mesmo pura carcaça, pura casca moldada pra sorrir esse sorrisinho falso e ludibriar as pessoas. Ou talvez, Paulo, eu não veja pois carrego em mim uma esperança infinita de te ver puro ainda, como eu via...

Esse texto é porque estou ressentida ou magoada? Não! ou melhor, não por você. Ressentida sim, mas comigo mesma. Ressentida por ainda acreditar quando você começa a falar mole e porque, por pura burrice, quando começa, mais uma vez, com seu discurso patético, caio e idiotamente esqueço como é egoísta. Como só se preocupa com você, suas necessidades, sua compulsão...

Paulo, por vezes repito seu nome nessa carta e isso é para demonstrar minha indignação. É por não te entender nunca, Paulo. Repito pra ver se consigo fazer entrar na sua cabeça as coisas que penso e tudo que vejo você fazendo. Paulo, você que acha que nem faz nada de errado, que sai por aí fazendo bobagens e nem se dá conta.

Mas no fundo, Paulo, bom foi isso ter acontecido. Bom pra que assim eu fique mais calejada e cada vez mais protegida de canalhas como você e assim, aprendo mais a mais a não mais permitir que babacas como você sapateiem em meu coração. Sapateia amor, pode sapatear... vai batendo seu saltinho no tablado, mas se prepara, para caras como você, os tombos costumam ser avassaladores. Se prepara, pois com essa sua prepotência e falta de preparo para lidar com certas coisas da vida, na hora que estatelar os dentes no chão, difícil vai ser levantar.

Ana Carolina, a sua ex Carol.
Ex mesmo, ouviu?! e se prepara, pois praga de ex pega que é uma beleza!
Ps: Ah! Paulo! só uma coisa: sobre aquela sua fatídica pergunta... bem, sinceramente? sim, já houve melhores. E mais, sobre a outra pergunta, sim, já fiz. Mas não, não faria com você."

Carol é uma menina de 28 anos, pronta para encontrar seu príncipe encantado, cheia de idéias novas a cada 5 minutos e uma certa impaciência com certas coisinhas... calejada de alguns pequenos tombos pela vida, mas que segue sempre assim, "sem perder a ternura". E pra sorte de todos nós, ela sabe bem o que fazer em situações como essa.



[Respira fundo Camilinha...]
Vamos lá:


O dia de ontem foi incrível e especial. Não falar sobre tudo, com riqueza de detalhes, inclusive, seria mesmo um pecado! já o dia 9, ainda em curso (ai, ai...), começou eletrizante, mas sinceramente, não sei dizer se foi bom ou ruim. Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo.

Bem, pra minha sorte existem pessoas verdadeiramente importantes e totalmente integradas ao meu dia a dia e que, graças a Deus, aparecem com suas pinceladas de gentileza e carinho e deixam o dia mais florido! Que missão linda! Ai meus sais! Pois é! Isso mesmo!

Regado a muito champagne, ganhei uma cesta de morangos lindíssima! Linda homenagem! Fiquei lisonjeada, mesmo... e resolvi retribuir e explicar os queridos porquês:

- Por associar músicas e imagens aos textos e entender perfeitamente a conexão entre essas coisas;
- Por me deixar usar alguns jargões, citações, fotos, poemas, músicas... e por ter incorporado algumas minhas;
- Por entender que no caso de certas imagens, sons, filmes... o melhor é deixar pra ver depois, no momento certo, pois ali fará um sentido enorme;
- Porque se apaixonou por André Breton mais não deixou de amar Chico Buarque;
- Porque fala com uma subjetividade incrível, mas tá tudo tão ali, tão explícito... difícil explicar...
- Porque escreve, apaga, volta pro texto e entende que uma música pode resumir uma semana;
- Porque acha que o mundo é rosa e não azul (apesar de alguns dias terrivelmente cinzas);
- Porque me ajuda a entender muuuuuitas coisas;
- E finalmente, porque entende a Marília e a Julia e se esbalda com as confissões descabidas e quase sempre adolescentes da Camila.

Para você,
santa afinidade!
espero que goste e se delicie com os pêssegos,
o mousse e as pitadas de canela!
Beijos

04 de janeiro + "Eu não lembro de me importar com isso" +

Ela disse que não tinha problema, deve ter dito algo como “tudo bem”.
E nem haveria mesmo de ter; Para ela, o pensamento voava mais do que as esperas e dentro dela, era mesmo para longe que tudo havia ido.
Em algum lugar muito escondido talvez ainda houvesse mais algo a dizer, mas ela fez questão de abstrair, dizer ok e tudo bem, seguir sem ver a fumaça dissipar.
Onde colocar tudo que fica pelo caminho, tudo que se acumula e se destrói numa velocidade quase inalcançável, como alcançar, como avançar?
Mais uma vez saiu de casa daquele jeito e foi dizendo pelo caminho que estava tudo bem, foi dizendo que era tarde, foi chorando e amargando os pedaços, ora reconstruídos, ora destruídos, ora pelo caminho, ora embaçando mais do que a vidraça, ora despencando junto com a casa de vidro.
É claro que estava tudo bem, ela nem precisava dizer, é claro. Nem friozinho aquilo lhe causava e chorar agora não faria o menor sentido. É claro que foi imprudência, ela sabia, sentia, mas dizia que estava tudo bem.
Ao final, afinal, apagou e se desfez dos vestígios e tratou de pentear os cabelos, maquiar e bolar a idéia mais incrível da sua vida! E melhor: decidiria o título de toda aquela história... finalmente.
Quebramos aos montes, não?! Sinceramente, olha... isso cansa demais... quebramos e ver o finalmente virar somente um montante de pedaços deixa tudo tão chato... Pra que tudo isso?
Juro que ouvi, juro! Ela disse mesmo que não tinha problema e não! Não haveria de ter! não tem porque! Veja! Ah!!! que gritaria é essa agora, minha bella?! O que está fazendo conosco? Quem está batendo nessa porta agora? Resolve isso Camila, resolve!
Quis tanto!
Ah! santa desconexão, despropósito, despretensão... santa ousadia! Santa Camila indo rápido demais!
Quem vai cair ou bater a cabeça na guia primeiro? Quem vai ficar pra descobrir onde o túnel vai dar? Pra onde esse carro desgovernado está nos levando?
Hold on!
Mas antes de tudo, moved on and on and on…
Isso é tão estranho e ao mesmo tempo, tão estúpido. Isso é esse mundo? estranho... Quem vai parar com tudo isso? Quem vai calar essa Camila tão introspectiva e que quando escreve me deixa assim, entorpecida. Fomos para onde, afinal?
Mas me diz, de uma vez, rápido como sua respiração quando cola seu peito ao meu, onde estamos?
Juro, se isso não parar, quem pára, qualquer hora dessas, serei eu mesma.

04 de janeiro + 8 anos +


Crescer deveria ter sido mais fácil...
Mas quer saber?! Foi bom...
(Eu adoro meu sorriso nessa foto!)

Tem mais de 25 anos? Então chora! ouça e chora! pode chorar, afinal, recordar é viver e essa versão tá realmente arrasadora! (e de onde veio essa, tem muito mais!)

01 de janeiro + Mentre Piove +

Choveu na tarde do primeiro dia do ano.
Prelúdio?
Do que?
De nada! é só chuva, lavando, levando...

Linda e trazendo o cheiro das folhas pra dentro de nós, foi assim que a primeira chuva caiu, intensamente e com os olhos parcialmente abertos pude começar a escrever esse texto...

Muitas foram as chuvas do ano que passou: fracas, intensas, ousadas, devastadoras, ralas, fresquinhas, rapidinhas, fortes... variadas tempestades e lidar com todas elas trouxe a tona nossas mais escondidas capacidades... seríamos capazes de enfrentar os vendavais internos que nos acometeriam e sobreviver?

Desafiadoras foram as chuvas... Mesmo quando o dia lá fora estava convidativo e o céu lindíssimo, por vezes, o ano de 2007, trouxe grandes tempestades para minha vida. Chovia, muito! Tardes insuportáveis de chuva e frio. E as noites? Dessas eu nem vou falar...

Choveu muito. Não no sentido lindo de simplesmente deixar cair água do céu, mas no sentido de derramar saudade, espalhar instabilidade emocional, alagar e confundir pequenos sentimentos, grandes sensações, e foram... ah...

Choramos e sofremos,
Ora sozinhos,
Ora um no colo do outro

Cantamos,
Ora desafinados,
Ora alto demais!
Ora só para rirmos um da cara do outro...

Cuidamos
Ora com sorrisos, ora com carinhos
Ora do que fizemos um ao outro
Ora das feridas um do outro...

Olhamos a chuva
De baixo pra cima
Debaixo e de cima

Discordamos de quase tudo e
Terminamos de mãos dadas,
Destoando

As cores, ora pálidas, ora escoando pelo ralo,
Emergiram e retomaram seus lugares em meus sorrisos

O inverno se aqueceu
A primavera arrebatou o que o outono prometeu e o verão...
Ah...

Ah... se a chuva tivesse o poder não só de cair, mas também de espalhar, através de suas águas, todo meu carinho, saudade, vontade e verdade, levaria, gota a gota, pedacinhos de mim pra respingarem em sua janela... aquela, do seu quarto ou do seu carro, e nelas escreveriam palavras encantadas pra você ler e saltar. Saltar num pulo veloz e vir em minha direção.