+ Fragilidade +

30 de junho

Com a fragilidade dos teus medos, te vejo a me olhar
São tão delicadas tuas sentimentalidades que me fazem ficar parada por horas, na sua imersão
E recolho meus medos pra derramar no seu mundo
Quando rezei por dias e noites, jurei que te amaria até a exaustão dos meus ossos,
e derrubei por inúmeras vezes minhas percepções sobre a dor, a subestimei
Criei em torno de nós um palácio, e para sentir a maciez das suas mãos tocando as minhas, bastava fechar os olhos
Sobrevoei teu céu e nem cogitei recuar quando vi teu chão desfeito. Tentei entender mais do que o que seu pequeno coração demonstrava e quis dissipar as nuvens que embaçavam sua vidraça, mas meus braços me traíram e de forte, me fizeram quebradiça
Por meus dedos escorrem os vestígios do que devia ser concreto e volto a fragilidade
Olhos abertos e não enxergo um palmo a frente, só tua doce figura perfeita, agora desfeita
Desfaleço na sua frente, impactando em tua muralha, te assusto e são com os olhos revestidos de beleza que enxergo o que mais ninguém vê...
Tua prumada, teus dedos a dedilhar canções, tuas notas em forma de orações, tuas súplicas, tuas verdades veladas e as escancaradas... tua obviedade subjetiva, seu corpo, sua entrega
Repito que a fragilidade me assola, mas mais frágeis são teus medos, tão dispersos nos meus erros
E delicadas são nossas vozes, os pulsos, punhos, a respiração e assim, em mim a dúvida: ainda toco seu céu com a palma das minhas mãos?