17 de junho + Ponteiros no Lugar +

Uma das maiores insanidades que cometemos é permitir que o amor nos tome por inteiros. Quando chega aquela hora inevitável em que os corações entendem que devem enfim dar-se um ao outro... que friozinho...

E chega. E vem. Com toda sua delicadeza. Com toda sua incerteza. Com todas as suas possibilidades e devaneios; curvas, dúvidas, delícias, carícias... Chega tudo assim, de modo meio paralisador e ao mesmo tempo, excitante.

Calma. Carinhos. Cuidados. Amizade. Permissão. Intimidade. Confissões. Sorrisos. Sexo. Descobertas. Conchinha. Cobertor. Taças. Mãos. Gestos. Toques. Palavras. Olhares. Misturas. Doce. Chocolate. Caramelo. Manhã de domingo. Bobagens. Colo. E chega. E vem.

E tudo fica certo numa pequena fração de segundos. Tudo ganha cores e formas agora entendíveis. Tudo ganha tradução pela boca do outro. O mundo acalma. A alma encanta. A voz amolece. O chão some. A pressa engole. A pausa fixa o olhar. O frio aquece. O gelo derrete.

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Tudo tem hora certa pra começar e pra terminar. Muitas vezes ignoro por completo essas tais "horas certas" (viro as costas e ignoro quando meu coração me manda partir ou, salto freneticamente quanto meu coração clama pra que eu me segure, ou ainda, parto ou calo antes mesmo que meu coração consiga assimilar o porquê daquilo) mas, ultimamente, resolvi ser uma boa menina e andei dando mais ouvidos aos meus relógios biológicos emocionais.

Entendi que é bem sadio ser bacana com o próprio coração de vez em quanto e assim coloquei meus ponteiros no lugar.




Magic Numbers, "I See You, You See Me", deliciosa