06 de maio + Carrossel +

Existem vias intransponíveis dentro de nós. Vielas secretas onde nunca ousaremos passar. Somos nós e nossos monstros. Existem medos que, se revelados, mostrarão nossas piores performances. Existem modos tortos de dizer certas coisas, modos de ser má, de revelarmos nossas poções secretas de veneno antimonotonia.

E ontem ele me interpelou... Enquanto as perguntas desciam por mim, minha mente começava a se contorcer: "o que devo responder pra que ele me ame? qual é a resposta que ele quer ouvir?" Assustador. Articulei qualquer coisa de resposta morna e pronta e foi assim que me safei. Mas pensando bem, juro que ainda não sei exatamente quais são as minhas respostas corretas.



Eu queria não errar. Queria saber o que fazer e jamais ferir. Meu intuito nunca é esse, juro. Claro que tem um Q de ego e egoísmo, mas eu jamais machucaria alguém de caso pensado.

Na minha cabeça gira um carrossel de cavalos mortos e exaustos, presos na lentidão infinita do giro, no círculo perfeito... E eu ali, em cima de algum deles, dando voltas em mim, me complicando, me extrapolando, me insultando, me perdendo.

A minha toalha vai ao chão em breve. Logo a jogarei, já sem força alguma nas mãos. E o cansaço me carregará meu colo, sem direção (nada muito diferente do que já ocorre agora, admito).