30 de setembro + Com amor, Camila +

Dear RP, após seus grandes vacilos, mancadas e nossos momentos de pura carência e troca de interesses, enfim nos entendemos. Mas você gosta mesmo é de ferir e agora enxergo bem a arrogância e egoísmo seus e eu odeio, odeio quando aponta meus erros e me mostra seu mundo perfeito. Pena, pois como amigo você esteve mesmo ótimo e serei grata sempre, em especial pelo dia em que guiou a mim e ao carro e pelos dias e dias e dias em que apenas segurou minha mão enquanto eu chorava. Com amor, Camila.

Dear EN, é sempre divertido encontrar você e adoro o modo como me olha enquanto dançamos. Gosto quando sorri e lembra das coisas que lhe contei há muito tempo atrás. Gosto quando estamos sozinhos e o modo como me olha sempre que estou olhando para outros lados. Adoro também esse seu jeito pseudo cafajeste e essa sensação que tenho de que nunca terminaremos a história. Adoro sentir isso e ser só isso o que sinto. O que mais me encanta e me alegra é ter sido forte para não me apaixonar por você quando isso começou e era tão intenso. Com amor, Camila.

Dear RG (vale também para LE), você começou bem, usou as palavras certas e me atiçou da melhor maneira possível. Você foi meu motivo para sorrir durante o período em que estive no covil. Suas palavras me ardiam em segundos. O que gosto é de lembrar da potencia e intensidade do meu lado mais violento, mais mulher e de como ele aflorava quando eu subia em você. Pena que a sós sua velocidade em me beber toda em um gole só me assustou. Já quis te encostar na parede e sussurrar no seu ouvido que “nunca mais teria meus lábios dentro dos seus”, mas segurei e hoje, ao ver seus e-mails chegando e seu nº gritando no visor do meu celular, nada mais acontece. Com amor, Camila.

Dear EL, há um tempo eu estava sozinha e olhando tudo por cima do mundo quando você apareceu e sorriu. Após meus (quase) 2 erros quase fatais, eu segurando a barra para não cair em tentação por eles, finalmente me apaixonar por você era a segurança necessária para voltar a viver. Você era forte, determinado, tímido e seguro. Meus braços te enlaçaram e dali eu só sairia para o altar. Mas havia algo mais ardendo, ou algo menos. Nunca soube bem o que aconteceu, contudo, lembrar dos seus olhos pasmos quando me olhou pelo salão e não conseguiu pronunciar uma única palavra foi o que te fez merecer um parágrafo aqui. Com amor, Camila.

Dear SL, você me causou algum interesse, curiosidade e acho que poderíamos ter nos divertido se você tivesse sido mais afoito, tivesse ido com mais sede ao pote, tivesse dito o que seu coração queria, quando eu olhei em seus olhos e lhe dei minhas mãos para segurar. Se não tivesse respeitado tanto meu “momento indefinido”. Houve dias em que eu realmente estive bem disposta... Não mais. E sinceramente, ainda não entendo o que diz quando me liga pra dizer nada. Com amor, Camila.

Dear RM, saber que fomos adultos o bastante para reconhecer os erros, fazer curativos em nossas feridas antigas e nos perdoar, me enche de felicidade! Finalmente em paz com meu passado! Te ver ainda em prantos me entristece e não sei se ainda me quer por perto, ao menos te ouvindo e na pior das hipóteses, te fazendo rir de qualquer coisa. Sei que as coisas se confundiram e se perderam, mas deixa. Agora que já sabemos que podemos ser bons confidentes e que comigo você consegue “falar sobre tudo, com a maior naturalidade” e que “há tempos não tinha conversas assim tão profundas com ninguém”, pra que estar longe? Seria mesmo divertido se algum dia conseguíssemos ficar por perto, horas e horas, apenas falando, falando... como fizemos no inverno. Com amor, Camila.

* Formato e idéia original by Alanis Morissette, em Unsent

29 de setembro + Bonequinha de Luxo +

Largaria tudo pelos cantos hoje por um qualquer motivo vão. Qualquer um. Deixaria caixas e papéis para trás, pela alegria, mesmo que amena, de uma vida nova, em outro lugar. Um novo sopro de ar para respirar. Não me importaria com luxos ou grandes projetos, projeções, não. Seria uma serva, teria a beleza dos ignorantes. A beleza das mulheres que saem de casa sem maquiagem e deixam seus cabelos secarem ao vento.

Quero desligar os aparelhos. Eutanásia. Arrancar os fios, cabos e resquícios que elevam meus pensamentos a certas histórias e situações. Meu corpo precisa disso. Desbloquear, descongestionar meus poros, veias e minha vida. Seguir. Respirar. Não mais condicionar meus passos aos deles e só agir quando eles decidirem trocar minhas pilhas, me tirar da estante e brincar. Brincar com a boneca deles e me tratar feito boneca! Não sou de porcelana! Não vou quebrar! Parem de tentar me cuidar!

Não adianta! Tem tanta história acontecendo e todas, sim, todas me enchem de alguma coisa. As vezes, expectativa; Quase sempre, ansiedade. E morrer na praia cansa... Estou cansada... por isso quero os desconectar de mim, desligar o que me liga a eles. Arrancar os cabos e seguir.

Eles me sugam. Aspiram minha energia. Quanto desperdício! Meus pulmões vivem inflados, mas é ar rarefeito. Logo esvaziam e vem os suspiros. Ah! Fantasiar. Planejar. Inflar. Esvaziar. Chega! Chega de morrer todo dia, analisando e nunca entendendo.

Chega de tanta ligação pra dizer nada, chega de silêncios e esperas, coisas que eu não posso dar, não posso! chega de vocês tentando me entender, tentando me salvar, tentando me fazer acreditar que podem ser melhores para mim! Não dá! Não são! Pra que tudo isso? se no final o que fica é pó, sal, areia, escorrendo pelo meu corpo e indo embora. Vazio. “Caixas vazias em formato de coração”.

28 de setembro + Say yeah, don't say no +


Me diz, quem ainda não se apaixonou pela música do comercial do Fiat Punto?
Original ela já era linda, agora então, lenta, é arrasadora...


E claro, como adoro conhecer bandas novas, fui atrás! Os caras são da Shout Out Louds e a música em questão é "Shut Your Eyes". Já ouvi mais algumas e gostei... seguem o estilo "rapidinha e eficiente" e para quem, como eu, é fã de Remy Zero, Shout Out Louds é uma ótima pedida!

"Say yeah
Don't say no
Because I'm ready now
And I want to go
What if I cry cry cry wolf
So I die die die alone

I want to know
Please say it isn't so
It's now
And we're too late
There's no time for a debate"


a versão lenta é do diretor da propaganda...
ouça de olhos fechados...
cantada assim desse jeitinho, lentinha e rouca, é claro que eu digo sim! Você não?

26 de setembro + Desdobramentos +

Quando o telefone tocou as 10h da manhã de sábado, eu estava dirigindo e mesmo prestando pouca atenção ao que ele dizia, prometi que ligaria mais tarde. Era dia 22 e eu estaria realmente ocupada o dia todo.

Eu sempre dirijo e falo ao telefone (e ele sabe), mesmo assim esse dia fui patética e na ausência de algo melhor para dizer, lancei: "Então... tô dirigindo e tal... posso te ligar mais tarde?"

Por volta das 10h da noite liguei e ele foi carinhoso e mesmo tendo percebido minha inércia na ligação da manhã, teve forças para dizer que estava com saudades.

A sala estava escura e eu, sozinha na casa. Em uma das mãos um copo de vinho e na outra o controle remoto disparando meu DVD novo do Cranberries (no talo!). Somado a este cenário havia ainda em mim alguns vestígios de uma tarde semi etílica ao lado de amigos queridos. Foi a mistura perfeita e necessária para que eu explicasse meus porquês, sem a menor coerência nas palavras.

Ele, que já havia me penalisado e sutilmente cobrado uma atuação mais presencial (por diversas vezes), desta vez, ouvia atentamente. Realmente eu estava ausente, ligando pouquíssimo e chateada também pelo modo como vínhamos conduzindo tudo desde abril.

Claro que minha ausência durante o inverno o magoou muito, mas havia outros ajustes a serem feitos e esse jeito dele "depois a gente vê isso", não combina comigo... Dou razão para ele por emputecer quando eu sumo e também pela vez em que ele, se sentindo traido e idiota, bateu o telefone na minha cara.

Mas como é sempre sorrindo que olho em seus olhos e peço desculpas e ainda, o modo como morro de rir quando ele me imita (sorrindo), que me faz pensar nas possibilidades e tento esquecer as cobranças dele...

Bem, de volta ao sábado, após ele lançar mais um "achei que você não ligaria", eu disse o que devia ser dito e ao final ele peguntou: "Camila, você bebeu hoje a tarde?"Pausei o DVD, virei o vinho de uma vez, fechei os olhos e durante 2 minutos dissertei sobre mim, sobre o que estava acontecendo e sobre nós. Acho que ele entendeu, mas ainda não me disse o que acha sobre tudo...

Falei sobre a guarda (que é uma questão que me incomoda muito), sobre a naturalidade como ele encara alguns tipos de relacionamentos (steps, por exemplo), sobre o tal engate e desdobramentos (lentos demais!) e sobre as cobranças erradas (pelos motivos errados e nos momentos mais errados ainda)

"Quero te ver. Tô indo praí, minha complicadinha linda!"

O fato é que o inverno acabou e o que restou foram perdões concebidos (finalmente em paz com meu passado) e o frescor de um amor novo, (que me inundou há pouco mais de 1 mês e que ainda não sei bem o que pensar sobre). Agora... e nós? o que posso dizer? Posso dizer que quando ele acatou meu silêncio (em meados de julho) e me disse que eu devia pensar bem e "resolver isso da melhor maneira possível", achei que o assunto havia acabado...

Dia 22 terminaria com um abraço longo e silencioso no portão de casa e ainda, um sono arrebatador. Nada mais do que abraços e juro, foram mais do que suficientes. Sóbria, por volta das 2h da manhã, enfim peguei no sono.

+ Sutilezas +






Natalie Portman e Jason Schwartzman,
em Hotel Chevalier, curta de Wes Anderson,
prelúdio para The Darjeeling Limited.
Bonitas as imagens.
Em geral, gosto da sutileza desse tipo de cena,
principalmente quando as entregas são completas e absolutas

+ Amy +

A voz potente da Amy tem me feito refletir muito ultimamente,
principalmente depois que descobri que ela apanha do namorado canalha.
Menos do que submissão e mais do que falta de amor.
Juro, não entendo esse tipo de casal.

Mas antes que eu fale somente sobre isso, focarei apenas na letra de Back to Black, que sempre que ouço, entra cortando em mim.

É incrível como nós, mulheres, estamos sempre perdendo nossos homens para alguma coisa... Seja para as drogas, para a bebida, para a depressão, para eles mesmos, para outras mulheres, para outras vidas...

Sempre estamos os perdendo...
O problema é quando essas perdas nos levam também de nós mesmas...
Isso acaba um dia?

"We only said goodbye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to..."

E por falar em Amy...

+ Mulheres enlouquecidas e seus homens errados +

Ao invés de desejar ser forte o suficiente pra quebrar seus muros, agora,
queria quebrar sua cara.
Ao contrário do que eu vinha sentindo por você,
o que eu sinto agora é repulsa.
Não sei se repulsa a você ou ao que sinto.
Você mente.
Sei que odeia quando afirmo isso, mas eu afirmo.
E lhe direi ponto a ponto onde está a mentira em você.

+++

Eu lhe diria isso pessoalmente caso fosse ao meu encontro quando eu chamasse.
E por falar nisso, quanta crueldade, me deixar suplicando e nem se importar.
Ontem eu ardia em chamas enquanto você dizia que não poderia ir me encontrar
Chamas brandas e poucas, que ainda ardem bem pouco, mas que você faz questão de apagar

+++

Mentira
Quando me olha assustado e se diz com medo por talvez estar sendo usado
Você não tem medo disso. Sabe que eu seria incapaz.
Você pode até sentir medo de que eu possivelmente esteja dissimulando,
mas não sente medo de sofrer na minha mão.
Simplesmente porque não me ama. Não me quer.
Se me amasse se jogaria e deixaria que eu te guiasse

+++

Mentira
quando diz que mereço alguém melhor ou que sou boa demais para você,
quando pasma eu digo que estou fria e indo embora e te pergunto se vai deixar isso acontecer.
possivelmente você esteja certo, tenha razão ao afirmar isso
mas você mente pois não é por isso que não estamos juntos
seu coração não me sente.
Você age como se me quisesse pra você, mas como não pode me amar agora, diz essas coisas,
mas mente, pois
Simplesmente não me ama. Não me quer.

+++

Mentira
quando pede pra eu ir embora, vulgarmente, do modo fizeram,
mentira! não me quer longe.
É fato que não sabe me manter por perto, mas não me quer longe
Mas sim, possivelmente eu vá,
E irei, não porque pede, mas porque meu coração é grande demais pra bater fraco e pouco por você
Os meus motivos pra sair de cena são outros.
Um deles é o fato de não aceitar ser pouco na vida de um homem.
Ou sou tudo, ou nem fico perto.
é porque eu sou mesmo ótima, e você, vulgarmente, vai me perder
Simplesmente porque não me ama. Não me quer.

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Mentira
quando diz que apesar de me achar linda, me desejar, me querer e me amar
não pode sentir tudo de novo, não é mais capaz de amar, de sentir
Não quer sentir. Não se permite
Não se envolve por mim, não quer se perder em mim
Simplesmente não me ama! Não me quer!
se amasse, se quisesse, se deixaria envolver e enlouqueceria por mim
sairia da escuridão e mergulharia em minha vida, em meu colo, em meus cabelos,
inspiraria meu perfume, enlaçaria meus dedos, mãos, braços e me seguraria forte pelos ombros
não me deixaria partir
me olharia fixamente quando sentisse a frieza em meus beijos e me incendiaria
me tomaria num gole só, de uma vez, rápido e violento
seguraria meu coração e
não me deixaria partir
Mas não faz isso,
Simplesmente porque não me ama! Não me quer!

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Mentira
Quando me manda seguir ou se mostra inerte
O que é essa inércia?
Não sente pânico ou medo quando fecha os olhos e me imagina com outro?
Quando imagina minhas pernas laçadas em outro?
Não dói?
Se a resposta for "não",
Realmente não me ama, não me quer

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Mentira
Quando confessa uma possível saudade
Quem sente saudade enlouquece liga chama clama

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Mentira
Quando diz que me ama
Simplesmente porque não ama.
Não quer

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