31 de julho + Do que me Provoca +

"Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
“Só não desonre o meu nome”

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir


Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber


Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome


Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber"


Pitty, "Me Adora"

21 de julho + Meio Seu, meio Meu, meio Nosso +

Tente não se assustar. Sabe bem que eu sou assim. Sempre soube aliás e se não muito me engano, foi exatamente pelos meus erros pelo que ousou se apaixonar.

As vezes subo pelas paredes que nem existem e claro, caio em tombos imaginários, que de tão sensoriais, doem por mais tempo do que deveriam doer de fato. Claro que eu erro pra caramba, erro demais e erro - pior - quase sempre igual. Mas isso faz parte daquelas coisas indelicadas sobre as quais não devemos falar.

Assuntos delicados, aliás, estes sim me excitam!! os tais de que não devemos falar e nem deixar ninguém tocar - aliás, se possível, nem nós mesmos (a não ser nosso psicólogo). Aqueles que ficam lá dentro, secretos, seguros, escondidos... que precisam ficar escondidos, aliás, justamente para nos proteger de nós mesmos, eu acho.

Se nem nós sabemos lidar com nossas imperfeições, que dirá um ilustre desconhecido? É mais do que fato que vai doer! Não se toca em assuntos indelicados e potencialmente catastróficos! Sejamos gentis uns com os outros, pelo amor de Deus!!

Hummmmm, a não ser que você, assim como eu, tenha seu leitor particular e daí ok... ele sim sabe me ler, me interpretar, me revelar no quartinho escuro, enquanto eu fico ali imersa e ele vai me desvendando, me revelando, me mostrando a mim mesma, mostrando que nem dói tanto assim... que nem dói tanto quanto eu supunha e antes que eu entenda algo - de fato - já estou ali, deitada, entregue, dormindo no colo dele, sorrindo no colo dele...

Ele me lê de uma forma tão dele, que até me confundo e as vezes chego a me perder em mim... Somos deliciosamente leitores um do outro (em todos os sentidos), perdidos um pelo outro e tentando - de novo - perdermos-nos um no outro.

De minha parte, sou praticamente um vendaval, que quando bate lá pros lados dele, soa mais como uma brisinha do que qualquer outra coisa. Ele, aos meus olhos, soa quente, soa frio, soa disperso, porém, atento, soa sensível e emocionalmente estável, quase inquebrável, soa como uma concha, um mundo inteiro de sonhos e segredos.

Sigo tentando ler o que ele é inteiro, o que ele é do avesso, ou pelo menos, tentando ler a parte dele que é minha.

Somos o que nem sabemos entender ainda, mas sei (espero) que essa seja exatamente a busca que nos faz seguir um ao lado do outro, mesmo que, no momento, a gente talvez ainda nem saiba direito o que quer dizer "um ao lado do outro".

Mas isso é outro assunto. Ah! aliás, assunto este que faz parte daquela tal lista dos tais assuntos de que não se deve falar (mas que eu falo mesmo assim...)

14 de julho + Você me recupera, me conserta, me acerta +

Desculpa... desculpa... desculpa... desculpa...

Pelo descuido, pelo discurso, pelo atropelo, pelo falar desenfreado, pelos arranhões que eu fui dando ontem sem o menor cuidado...

Por tropeçar em confissões descabidas, por arremessar minhas pedras de mágoa na sua vidraça nova e disposta...

Fica.

"Here in your arms, everything seems to be clear
Not a solitary thing do I fear
Except when this moment comes near the dancing's end"

"Until", Sting

08 de julho + Pedidos +

Uma daquelas frases que por vezes não querem dizer quase nada, mas que são engraçadinhas e românticas.

Uma daquelas invasões que te deixam sem ar - ao melhor estilo pé na porta - e uma certa ponderação charmosa, com requintes de filme da Meg Ryan.

Umas coisas que talvez queiramos mesmo dizer, mas "sem perder a ternura". E que o sentir encontre caminhos possíveis e supere esse nó.

E que entre um sussurro e outro num final de noite, seja possível pronunciar alguma coisa que faça mesmo sentido, em meio ao que não se explica.

"Alguma invenção
Que faça o tempo parar esta tarde"

E você?
Já sabe o que vai pedir no dia de hoje?

(*) nas aspas, "Essa tarde", dos Paralamas do Sucesso