21 de julho + Meio Seu, meio Meu, meio Nosso +

Tente não se assustar. Sabe bem que eu sou assim. Sempre soube aliás e se não muito me engano, foi exatamente pelos meus erros pelo que ousou se apaixonar.

As vezes subo pelas paredes que nem existem e claro, caio em tombos imaginários, que de tão sensoriais, doem por mais tempo do que deveriam doer de fato. Claro que eu erro pra caramba, erro demais e erro - pior - quase sempre igual. Mas isso faz parte daquelas coisas indelicadas sobre as quais não devemos falar.

Assuntos delicados, aliás, estes sim me excitam!! os tais de que não devemos falar e nem deixar ninguém tocar - aliás, se possível, nem nós mesmos (a não ser nosso psicólogo). Aqueles que ficam lá dentro, secretos, seguros, escondidos... que precisam ficar escondidos, aliás, justamente para nos proteger de nós mesmos, eu acho.

Se nem nós sabemos lidar com nossas imperfeições, que dirá um ilustre desconhecido? É mais do que fato que vai doer! Não se toca em assuntos indelicados e potencialmente catastróficos! Sejamos gentis uns com os outros, pelo amor de Deus!!

Hummmmm, a não ser que você, assim como eu, tenha seu leitor particular e daí ok... ele sim sabe me ler, me interpretar, me revelar no quartinho escuro, enquanto eu fico ali imersa e ele vai me desvendando, me revelando, me mostrando a mim mesma, mostrando que nem dói tanto assim... que nem dói tanto quanto eu supunha e antes que eu entenda algo - de fato - já estou ali, deitada, entregue, dormindo no colo dele, sorrindo no colo dele...

Ele me lê de uma forma tão dele, que até me confundo e as vezes chego a me perder em mim... Somos deliciosamente leitores um do outro (em todos os sentidos), perdidos um pelo outro e tentando - de novo - perdermos-nos um no outro.

De minha parte, sou praticamente um vendaval, que quando bate lá pros lados dele, soa mais como uma brisinha do que qualquer outra coisa. Ele, aos meus olhos, soa quente, soa frio, soa disperso, porém, atento, soa sensível e emocionalmente estável, quase inquebrável, soa como uma concha, um mundo inteiro de sonhos e segredos.

Sigo tentando ler o que ele é inteiro, o que ele é do avesso, ou pelo menos, tentando ler a parte dele que é minha.

Somos o que nem sabemos entender ainda, mas sei (espero) que essa seja exatamente a busca que nos faz seguir um ao lado do outro, mesmo que, no momento, a gente talvez ainda nem saiba direito o que quer dizer "um ao lado do outro".

Mas isso é outro assunto. Ah! aliás, assunto este que faz parte daquela tal lista dos tais assuntos de que não se deve falar (mas que eu falo mesmo assim...)