Se eu fosse pensar em consequências, viveria à mingua, à margem de uma vida e não uma vida de verdade. Apesar de incrivelmente belo e gracioso, Amelie Poulain é ficção. Das flores e das dores da minha vida, quem sabe sou eu. Sou eu que me molho na chuva. E só eu sei o quanto de estrago fica - no fim - pra contar o que houve. São pedacinhos do que restou. São cores e purpurina no salão do baile. São noites a fio e me molhar não é mais minha opção. Poderia ficar protegida embaixo do véu de uma falsa viuvez e carregar o estigma de mocinha pra sempre, mas essa nunca fui eu, nunca quis ser. E agora, se ainda há algum som e folia nisso tudo, que toque bem alto e bem fundo dentro da minha alma. É o que desejo durante o dia. É o que exercito durante a noite.
