pés de vento sobre a sacada de concreto
concreta sua vida, toda encaixada e moldada,
planos desenhados em papel de pão...
sonhos engavetados que eu li nas linhas da sua mão...

tudo que eu não vejo não me machuca
os muros da tua vida e eu tendo que escalar
como pode ser? tanta paz quando te coloco em meu colo...
esse olhar que você lança sempre que eu passo...

eu quero a sua vida para mim
eu quero a sua vida em mim

essa é a sua condição?
manter seu mundo assim do seu jeito?

hoje eu acordei sentindo uma falta absurda
e quando olhei pra'quela direção já tão batida,
fixei os olhos em você... mas o sol não me deixou te ver

será que ainda pensa em mim?
será que ainda me mantem dentro de você assim como eu te mantenho?
assim... como um pesar que não passa...