04 de janeiro + "Eu não lembro de me importar com isso" +

Ela disse que não tinha problema, deve ter dito algo como “tudo bem”.
E nem haveria mesmo de ter; Para ela, o pensamento voava mais do que as esperas e dentro dela, era mesmo para longe que tudo havia ido.
Em algum lugar muito escondido talvez ainda houvesse mais algo a dizer, mas ela fez questão de abstrair, dizer ok e tudo bem, seguir sem ver a fumaça dissipar.
Onde colocar tudo que fica pelo caminho, tudo que se acumula e se destrói numa velocidade quase inalcançável, como alcançar, como avançar?
Mais uma vez saiu de casa daquele jeito e foi dizendo pelo caminho que estava tudo bem, foi dizendo que era tarde, foi chorando e amargando os pedaços, ora reconstruídos, ora destruídos, ora pelo caminho, ora embaçando mais do que a vidraça, ora despencando junto com a casa de vidro.
É claro que estava tudo bem, ela nem precisava dizer, é claro. Nem friozinho aquilo lhe causava e chorar agora não faria o menor sentido. É claro que foi imprudência, ela sabia, sentia, mas dizia que estava tudo bem.
Ao final, afinal, apagou e se desfez dos vestígios e tratou de pentear os cabelos, maquiar e bolar a idéia mais incrível da sua vida! E melhor: decidiria o título de toda aquela história... finalmente.
Quebramos aos montes, não?! Sinceramente, olha... isso cansa demais... quebramos e ver o finalmente virar somente um montante de pedaços deixa tudo tão chato... Pra que tudo isso?
Juro que ouvi, juro! Ela disse mesmo que não tinha problema e não! Não haveria de ter! não tem porque! Veja! Ah!!! que gritaria é essa agora, minha bella?! O que está fazendo conosco? Quem está batendo nessa porta agora? Resolve isso Camila, resolve!
Quis tanto!
Ah! santa desconexão, despropósito, despretensão... santa ousadia! Santa Camila indo rápido demais!
Quem vai cair ou bater a cabeça na guia primeiro? Quem vai ficar pra descobrir onde o túnel vai dar? Pra onde esse carro desgovernado está nos levando?
Hold on!
Mas antes de tudo, moved on and on and on…
Isso é tão estranho e ao mesmo tempo, tão estúpido. Isso é esse mundo? estranho... Quem vai parar com tudo isso? Quem vai calar essa Camila tão introspectiva e que quando escreve me deixa assim, entorpecida. Fomos para onde, afinal?
Mas me diz, de uma vez, rápido como sua respiração quando cola seu peito ao meu, onde estamos?
Juro, se isso não parar, quem pára, qualquer hora dessas, serei eu mesma.