20 de setembro + Latente pela pele, pela carne, até o último fio dos meus cabelos longos +

As vezes olho intimamente pra dentro (e não acho que devesse ser só as vezes, mas sempre), e nessas horas em que olho, geralmente, emputeço quando deparo com o constante ciclo, o asmático empobrecimento do coração, o grito latente e permamentemente engasgado.

São muitas em mim, muitos pesares, adeus que eu não quis dar, nem receber, poeira e cacos. Por todos os lados são flocos de saudade, emaranhados em fios, linhas, barbantes, pés cansados em salões de baile, gelo e açúcar em copos e bocas sedentas.

Não me olho intimamente há tempos. Tempos de não olhar. De apenas fechar os olhos para contemplar poças vazias. Infinitamente, Irritantemente. Meus medos tomando forma, gostos ácidos, ganhando espaços dentro de mim, roubando brilho e vitalidade, já tão comprometidos.

Espalham-se em mim delicadas incertezas, urgentes promessas, meu amor às bicas, aos berros. Sou desenlace de mim, gostos e cicatrizes marcadas nas mãos, no inclinar do dorso, no olhar aflito e quase... quase destroçado.

Perdões, horas, sinceridades. Um beijo e partes de mim entregues ao acaso.