01 de abril + Além do que eu já te disse +

Fiquei tranquilo.

Quando a saudade for simplesmente incontrolável, absolutamente fora do meu estado normal de concentração e aos pouco paralisar meus movimentos, deixando dias e noites irreversivelmente lentos, sim saberá.

Saberá quando por pura e sensorial saudade, meus ossos, músculos e pulsação converterem-se todos em pensamentos para você, e sofrerá. Saberá por meio de atitudes intempestivas, por meio de ligações desenfreadas, choros abissais, a insistência em manter-me sempre presente em seus dias, de uma distância onde eu consiga, no mínimo, sentir seu calor.

Minha saudade entregará todos os meus desvios, transformará meus planos em simples roteiros de histórias infantis. Quando a saudade gritar dentro de mim, lhe contarei das formas mais diversas, deixarei que saiba o quanto meu corpo arde pelo seu, deixarei que veja meus olhos encharcados, não temerei e nem terei vergonha das coisas ridículas e sem nexo que eu direi a você. Mergulharei em mim e de modo imperfeito e quase inconcreto, derramarei minha saudade a teus pés.

Quando de tanta saudade eu desenfrear, direi a você tudo que eu penso sobre nossa relação, sobre meus medos, minhas soluções, meus deslizes e impulsos desconsertantes. Mudarei meus objetivos, focos e não mais responderei por mim.

Mas isso amor... isso é tão... humpft!
Escrevo como se fosse novidade... como coisa que você não soubesse... como se eu já não tivesse feito isso, como se já não tivesse te mostrado...


Marília