31 de dezembro + Derretendo e Suspirando +
Li do blog de uma querida amiga a seguinte palavra: "suspirável".
Achei uma graça! Aliás, ela escreve como um anjo! e lá vou eu incorporar mais uma palavra dela: ah... suspirável!! E por falar em suspiros... lindas as fotos acima... lindo o filme acima. Eu não fumo, mas a sutileza do filme e das fotos... ah... eu e meus momentos comigo mesma, "derretendo satélites", suspirando...
Para assistir: Coffee and Cigarettes, 2003, Jim Jarmusch.
Debaixo do meu céu, bem aqui
Quando estou sorrindo seu sorriso lindo
Quando estou mais perto e tem seu beijo vindo... me encontrar
Tudo que penso está aqui,
Debaixo do meu céu...
E é tão bom ser boa pra você, que me esqueço de crescer
São tão grandes, mas ao mesmo tempo, tão frágeis, as coisas que eu sinto, que fico até com medo de expor tudo assim...
Segure em minha mão, seja só meu, enfim
Que seu sorriso brilhe então pra mim, no fim
E eu acho minha vida em tua paz, em mim
...
21 de dezembro + Versinhos para o acaso... +
Me arrumar, me enfeitar
Pôr os meus brincos de argola, prateados, te encantar
Hoje eu quis ser a princesa, pelo avesso
Fazer tudo errado, eu reconheço
Hoje eu nasci pra cantar, fazer bobagem, me jogar
Me fiz princesa, fiz boneca, fiz estrela
Minha beleza hoje estava toda a mesa, toda a prova e a vontade
De um beijo seu
Hoje as entregas e as certezas reviraram toda a mesa, expulsaram a tristeza,
Te entregaram de bandeja, minha paz, meu mundo inteiro
E de opaca, fez-se bela, fez-se linda, fez-se menina, fez voz nessa canção
hoje, levemente adocicada, muito mal intencionada, confesso...
hoje eu queria que toda a moral e os julgamentos me esquecessem e me deixassem ser levada... pra outro lugar... hoje... inspirada... escrevendo versinhos pro acaso... e ouvindo Maria Rita...
Ah... Maria... Mariazinha, de pequena não tem nada
Mas tratou tão bem a casinha do Marcelo, você é diva!
Ahhh, suspirando ouvindo sua voz dizendo coisas tão pequeninas, tão encantadas...
No link, a bela declamando "Casa Pré Fabricada" de autoria do Marcelo Camelo. Não sei qual dos dois adoro mais...
20 de dezembro + Learn To Fly +
"Voa Camila, quanto mais você sobe, maior o espetáculo. Você é uma pessoa que nasceu para ser livre, acho que esta procura deve ser diária em sua vida."
Tantos significados belos para simples e poucas palavras... Obrigada...
"I'm looking to the sky to save me
Looking for a sign of life
Looking for something to help me burn out bright
I'm looking for complication
Looking cause I'm tired of lying
Make my way back home when I learn to fly"
Foo Fighters tentando fazer o caminho de volta para casa,
com sua "Learn to Fly"
18 de dezembro + Tudo bem, meu bem +
Cansei, cansei, cansei.
Deixei.
Pra que entender o que eu só desentendo?
Melhor seguir e só lembrar do quanto adoro seu sorriso.
Guardá-lo em mim é meu alívio.
derramados através das minhas mãos,
pros seus olhos encontrarem, acalmar a inquietação
17 de dezembro + Back to Rehab +
Ao invés de prestar atenção ao que ela diz quando fala sobre maconha e alcoolismo, fui querer entender o porquê de ela ficar falando tanto sobre... E descobri uma Amy Winehouse magoada e ressentida expurgando sua dor em forma de canções. Mas ao final das minhas conclusões, entendi bem suas palavras... cortantes.
"Agora você foi longe demais, Blake"
Nas ótimas palavras de Jenny Eliscu, alguns trechos sobre as grandes percepções a respeito do amor bandido, as flores do mal e seus espinhos: "Não há dúvida de que eles estão profundamente apaixonados, mas há também a clara noção de que Winehouse e Blake são uma dupla de almas auto-destrutivas igualmente capazes de serem a melhor e a pior coisa que já aconteceu na vida um do outro (...) Eles são parceiros no crime e desaparecem no banheiro com tanta freqüência que é impossível não especular sobre um possível uso de drogas."
“‘Eu e Blake não conseguimos passar um tempo juntos faz um bom tempo. Eu estava com outra pessoa, e ele estava com outra pessoa – seis meses atrás nos reencontramos e lembro de lhe dizer coisas do tipo: ‘Só quero cuidar de você’.”
Ahahahaha! Amy perfeita! Adoro essas frases altamente cheia de segundas intenções que (de novo), só sendo mulher pra poder chegar a essa perfeição de raciocínio... ops! desculpem novamente o tom ácido, mas acho que os textos desta semana vão ser todos assim... ácidos e com pitadinhas de ironia, afinal, ninguém é de ferro!
Back to Rehab
O fato é que Amy e seu - agora - marido voltaram!! (pra alegria dos românticos incorrigíveis!!) e viva o amor! chega de Back to Black, ok querido?! (Para saber mais sobre o casal 20 e as trapalhadas do Blake... vai lá!) tsc, tsc, tsc... Ok, ok... concordo que eles têm ido longe demais e a Amy, sei lá porque, parece ir pro fundo cada vez mais... mas não a julgo. Tem gente que faz pior e por bem menos. Infelizmente ela tem, sim, um lado auto destrutivo, mas isso não a torna pior aos meus olhos. Acho que ela é alguém que precisa de ajuda, mas não sabe direito como...
Bem, o que eu queria contar é que minhas conclusões me levaram a adorá-la mais ainda e misturando a impagável Back to Black e o hit malcriado Rehab, criei uma frase para minha vida: Back to Rehab.
Agora, sempre que fico revirando as gavetas da memória ou procurando um motivo pra ficar me auto atormentando, lembro dessa frase... Penso: "lá vou eu pra mais um momento Back do Rehab".
Hoje?! Ahhh! [Suspiro] hoje eu tô num momento falsa engraçadinha, sabe?! aquela que diz sem dizer, esconde sem esconder e toca o f... sem maiores problemas. Estou meio ácida, com o humor meio negro e cansada do meu cansaço gratuito, que se baseia essencialmente numa busca por algo que eu fico dizendo pra mim mesma que já encontrei... então não haveria mais porque procurar, correto?! Não! pois o objeto de desejo está a milhas e milhas de onde eu consiga sequer ver, que dirá, tocar.
Mas calma! essa é só mais uma fase... algo como uma temporada brincando de ser a rainha do drama... mas não estou achando que o "amor seja mesmo um jogo de azar" e nem vou ficar disparando que ele "é muito bom fingindo que não se importa". Não! Essas frases são da Amy e eu nunca as usaria... rs!
E já que esta fase revela somente mais uma das minhas múltiplas facetas, o que me resta é descambar essa ironia do jeito que eu achar melhor... e pra ser bem sincera... sobre as facetas, todas convergem e vez ou outra vão pro mar, assim, igual a Mariana. E de lá o mundo é lindo... ah! sim... de lá o mundo é mesmo muito mais que lindo!
17 de dezembro + Mais gelo, tem como? +
Em dias em que o silêncio fala mais alto, algumas coisas ainda me deixam meio... perplexa...
"Seu blog é bonito, blá, blá. O que acho mesmo é você anda precisando rir um pouco, blá, blá, blá. Eu escrevo uns textos de humor. Tenho muitos. Acabei de escrever, praticamente agora e estou - veja a petulância - solicitando que você leia, blá, blá. Não sei porque, mas Camila me lembra camomila. Ah, já sei: é porque me acalma."
Eu não sabia se ria ou se chorava, se xingava ou deletava... enfim...
A exposição fascinante da internet e seus infortúnios...
Pelo amor de Deus! duplo e com muuuuito gelo, rápido!
Ah! mudando de assunto, mas ainda perplexa, sobre a alfinetada... queria perguntar se isso foi uma provocação... hum... só por curiosidade...
12 de dezembro + So please +
"So please, you always were so free..
You'll see, I promise we'll be perfect
Perfect strangers when we meet...
Strangers on the street
Lovers while we sleep"
Smashing Pumpkins com "Perfect"
07 de dezembro + Colírio +
Serviço: Ingressos e Outras informações .
Feche os olhos e os mantenha assim - em especial nos minutos finais - com a perfeita "Killing Moon" , em seguida, perca os sentidos com a regravação deliciosa de "Drift Away" e desentenda o mundo com os gritinhos de "where is my mind". Calma! aos que preferem os clássicos... as originais também são ótimas!
Echo & The Bunnymen - The Killing Moon
Placebo - Where is my mind (Pixies)
Uncle Kracker - Drift away(Dobie Gray)
Porque fico tanto tempo sem ouvir meus cds antigos? Que delícia ouvir Killing Moon assim, olhando a chuva minutos antes de 18 virar 19... Mas virou, sempre vira... E tudo vai ficando para trás com essa velocidade absurda...
05 de dezembro + Quando um se torna dois +
Mas as unidades parecem estar todas perdidas por aí, procurando seus pares, a hora exata de tornarem-se um só... De algum modo a impressão que tenho é de que todos buscam, mas o perfeito parece ser tão raro... O que era pra ser tão simples, de repente se torna tão escasso, um jogo, um desencontro, um desacerto.
"If God's taking bias
I pray you once to lose"
aos quatro minutos da avassaladora "not as we", da Alanis, nem sei bem porque, mas disparei a chorar e talvez só pare daqui uns dias...
03 de dezembro + Sobre canalhices, cafajestagens, traições, vacilos e outras tolices... +
Ah... o ser humano... esse ser cruel e impiedoso!!
Ah, o drama! rs!!! como eu adoro fazer um draminha...
Ah, o amor... esse sentimento que nos torna quase patéticos e reféns...
Ah... as tolices.... tantas meu Deus! tantas!
Abaixo, mais uma cartinha da Fernanda Young, dessa vez o tema são os grandes vacilos gratuitos...
"A todos que não foram e não ligaram
Bom, você não foi. E não ligou. A mim, só restou lamentar a sua falta de educação. Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma. Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera. No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá. Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade.
Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?"
+ Embalos de 2ª feira +
Para embalar mais um início de semana, nada melhor do que a voz cafa do Nasi cantando a genial "Mariana foi pro mar" de autoria do Edgard. Boa!!!! Ótima!!
E para as "Marianas" de plantão, fiquem tranquilas! Estamos providenciando (eu e a Santinha) um blog novinho em folha pra descambar sobre as canalhices, mancadas e afins... Aguardem! rs!!
Ah! e já vou adiantando: nada de textinhos bancando as coitadinhas, nada de mazelas de mulherzinha abandonada não! Vamos quebrar tudo com textos altamente críticos, recheados de ironia, humor e sarcasmo!! e pelo amor de Deus: vamos rir de nós mesmas, afinal, só sendo mulher pra entender o quanto certas coisas doem...
Então, um brinde as patetices e camilices do dia a dia e ótima semana pra todo mundo, em especial para as queridas "Marianas" da vida real!!
28 de novembro + Virginia +
“Querido Leonard, é preciso encarar a vida... encarar a vida sempre, e saber como ela realmente é. Pelo menos, conhecê-la, para amá-la conforme ela se apresenta para você, e depois... descartá-la. Leonard... sempre haverá os anos... sempre... o amor... sempre... as horas.”
Discutindo a métrica desconexa
Desentendendo a lógica desconcreta
O preciso e o imperfeito
O encaixe que não enlaça,
O vento frio que racha a vidraça
Queria falar mais do que a boca ou ficar apenas olhando Virginia divagar
Descobrir porque as palavras não se explicam e não se desenrolam,
como simples expressões de amor
como simples constatações de amor
simples
como deve ser o amor
A frase do post acima, conforme prometida... Santinha, para você.
Suas palavras têm sido verdadeiras portas abertas
Grazie bella!!
16 de novembro + Asas +
Com certeza são merecedores, bem mais do que nós
Que tipo de impropérios faríamos se as tivéssemos?
Hum... acopladas a mim seriam desastrosas...
Me levariam pra onde só a imaginação consegue chegar
E eu pousaria bem devagar, pra não assustar, e as recolheria
Com os pés tateando o chão, me aproximaria,
pisando em algodão, para não acordar, e lhe levaria comigo para voar
Seguro em meus braços, teria porque sorrir
E baixinho eu iria sussurrar:
"Não precisa ter medo, querido...
Acima das nuvens não chove..."
14 de novembro + Comporte-se Mal +
Para você:
Não faço idéia de onde você esteja agora
não sei por quais mundos seu silêncio transita
mas saiba...
De algum modo, eu estarei por perto,
caso queira lembrar que há você em todos os meus mundos, por onde quer que eu transite
E na verdade pouco importa em qual mundo a gente habite e por quais mundos nossos caminhos nos levem,
não importa,
pois sei que sempre haverá nós em nossos mundos,
onde quer que a gente esteja,
longe ou perto, cedo ou triste
11 de novembro + Aquarela +
Queria explicar isso de forma simples.
Simplicidade de quando o enlace é perfeito e nada precisa ser dito. Simplicidade de uma proteção acolhedora na chuva ou um chinelo velho na areia quente.
Queria explicar o que as constatações têm feito com meus dias.
Explicar que eu entendo e respeito. Muito. Mas... mas... Não sei.
Explicar que é mesmo no detalhe que mora a perfeição e como os pequenos passinhos lentos nos levam a grandes lugares.
Pequenos também são os pequenos gostos e prazeres, que estão cada dia mais difíceis de serem notados - já que as vitrines e comerciais andam cada vez mais abarrotados de oportunidades e novidades - o que nos afasta substancialmente do que é básico. São tantas as opções que a gente até esquece qual era mesmo o objetivo inicial da busca.
E não é só na compra do sapato novo que bate essa dúvida, mas na vida em si, no lidar, no tratar, no amar. São tantas as coisas que acontecem ao redor que ficamos assim, perdidos, sem saber pelo que optar, pelo que decidir. É a simplicidade escoando ralo abaixo. Mas não era só estender e segurar minhas mãos? Não era só fechar os olhos e repousar no meu colo?
Optaremos pelo que? Seremos o que para quem nos ama e quer nos dar amor? O que permitiremos que essa cicatriz faça em nossas almas? Recolheremos as mãos, ao invés de estendê-las?
- Moça, eu quero aquele ali: de salto baixo, 38, aquele... o prateado, cor de estrela.
07 de novembro + Nas mãos delas +
- "Diz Marília, o que foi?"
Aflita como ela só, se retorceu e seu olhar falou comigo. Doce respiração. Ofegante e preciptada. Desesperadora.
Entendi e foi assim que ponderei, calculei e enfim, decidi: Darei férias à Marília.
- "Vá Marília, vá. Seu lugar em minha vida é só seu e quando me toma de assalto, imergo nos seus gostos, sonhos e vontades. Deixo que guie minha vida como gosta, bem daquele seu jeito, silencioso e aflito, suspirando, velando seus mortos com a mesma intensidade de quando o luto era recente. E você me suga até o talo, Marília... Vá, está exausta... eu também."
E de longe a outra me olha com sede, com vontade, sorriso malicioso, louca pra se lançar sobre mim e tomar meu corpo inteiro. Julia... Meu Deus! Julia!
Impulsiva, elétrica, falante... poucas palavras, muita ação. Julia não assusta só a mim, mas aos corações que ela vai deixando pelo caminho...
Ela sabe exatamente o que fazer e faz... faz descaradamente... faz e gosta. Faz porque gosta e morre de rir depois do último suspiro. Julia não cansa. Não descansa.
Meus eus conflitantes e a transição me deixando louca! As duas debatendo e disputando um lugar em minha mente...
Marília serena e sóbria, quase desbotada, caindo pelas tabelas, implorando por férias. Julia ativa, saltitante, corada, rindo como só ela, pronta para entrar em ação.
Fico nas mãos delas. Dou minhas mãos para elas. Deixo que se misturem, as duas, inteiras. Deixo que Julia viva e Marília transforme o fato em texto. Deixo que Marília fique quanto tempo quiser, mas admito, é Julia que me dá os melhores dias.
- "Julia, vá com calma. Houve invernos por aqui. Confesso que quando meu eu está tomado por você eu fico mais desperta, mais disposta e intensa, mas calma... Ah, Julia... sei que quando Marília fechar as malas e cruzar a porta você vai mandar tudo as favas e rir de todo esse meu medo e ponderação... e eu vou gostar. Ah, Julia! Amo Marília até o último fio, mas essa sua vivacidade traz a tona o meu lado mais mulher, mais vivo, mais ativo e adoro ficar assim Julia, adoro."
+ De mudança +
Marília faz uma lista de recomendações e entrega o papel para Julia, que olha com respeito, mas não liga. A primeira me olha receosa e reitero: "Vá tranquila querida, vá."
Talvez fosse melhor se Julia ouvisse os conselhos de Marília, mas se Julia ouvisse conselhos não seria Julia.
Sigo acompanhando o movimento das duas... Marília mostra a nova mobília, enquanto Julia se apressa em abrir as cortinhas e janelas.
+ Quanto a mim +
Já sinto saudades dela... sua melancolia, sua oração silenciosa, o zelo aos mortos, a bagunça arrumada... Mas anseio pela vitalidade da outra, o modo como ela põe fogo em minhas ventas, o ar renovado que ela bombeia em meus pulmões... E deixo. Deixo que me tome.
Ela me olha e sem a menor permissão, lentamente, vai trocando os móveis de lugar.
Parada, espero a transição, deixando que decidam qual delas será meu próximo eu e sigo sendo apenas a Camila de sempre, com um pouco das duas por todos os poros.
01 de novembro + Doce Novembro +
musicas
Echo & The Bunnymen - The Killing Moon
Placebo - Where is my mind (Pixies)
Uncle Kracker - Drift away(Dobie Gray)
31 de outubro + "Depois da última noite de chuva..." +
8h da manhã. Só Deus sabe o quanto ela odeia acordar cedo, mas nesse dia já estaria de pé desde as 7:30, terminando de “arrumar tudo”, como ela gosta de dizer.
Tomando seu café bem lentamente, ela, que costumava tomar seu café da manhã inquieta, pensando e planejando o dia, nesta manhã apenas tomava, despretensiosamente, sem planejar demais.
- Mãããããeeeeeeeee!!!!!! Tô pronto!!!!!!!!!
Leonardo voava escada abaixo e corria ao encontro de sua mãe, na cozinha, para engolir alguma coisa e enfim cair na estrada. Largou os pés de pato no chão e a abraçou.
- Meu filho, cuidado. Não entra na água. Lembra a vovó dos seus remédios para gripe e não saia sem agasalho no sereno, entendeu?
Do alto de seus 5 anos, o menino parecia entender muito mais as mazelas do mundo do que sua mãe.
- Entendi mã...
E antes que ele terminasse a palavra ouvia-se o carro de Fernando encostando no portão.
Leonardo correu para porta e pulou no pescoço do pai, que o ergueu e girou. Logo atrás viria Marília trazendo a mala do pequeno.
Desceu o garoto, que já corria para dentro do carro do pai, se entreter com todos aqueles botões no painel.
[Beijo no rosto]
- Oi Má.
- Oi Nando.
- Tudo bem?
- Tudo e você?
- Tudo.
[Pausa]
Havia tanto a dizer, mas era no silêncio que as palavras se encontravam.
- Nossa Má! Caprichou na bagagem, hein?! São só 4 dias!
- Fernando, escuta: ele ta assim, todo alegrinho, mas a noite passada foi daquelas! Passei a noite fazendo inalação por causa da bronquite, então, assim, não quero que ele entre na água. Esse final de gripe pode virar uma febre...
- Sim senhora!
- É sério! E outra, aí na mala tem roupa de frio, de calor e o inalador. Nessa bolsa térmica tem alguns remédios, caso precise. E nessa aqui tem uns lanchinhos que preparei pra vocês comerem na estrada.
[Fernando observa e analisa não a mãe, mas a mulher que havia por trás daquelas palavras]
- Má.... O tempo não passa para você.
Ela abaixa a cabeça e sorri, mas logo volta a realidade, enche os pulmões, ergue a cabeça e olha fixamente para Fernando na tentativa de entender aquelas palavras e dizer algo, mas ele já estava de costas, caminhando até o carro com o resto das malas do filho.
- Tchau mãe!
- Tchau meu amor!
Um abraço e um beijo apertado em Léo e ele voltaria a se entreter com os tais botões.
Fernando voltaria a porta.
- Tem certeza de que não quer vir com a gente?
[sorriso inquieto na face de Marília. Sabia que aquele convite era apenas formalidade, educação]
- Tenho Nando. Tenho sim. Obrigada. Além do mais, eu também vou viajar. Ah! Toma. É o número do chalé onde eu vou ficar no feriado. Qualquer problema com o Léo, me liga, qualquer coisa!
Marília sabia que existia celular para essas coisas! Mas por algum motivo, talvez querendo que ele soubesse onde ela estaria no feriado, lhe deu o telefone do lugar. E era óbvio que Fernando reconhecia todas as jogadas dela (e embarcava em todas, simplesmente por adorar o modo como só eles conseguiam entender tudo aquilo).
- Chalé?! Que coisa mais piegas! Você odeia essas coisas de campo e ar puro!
- Pega Nando.
- Ta! Mas me fala, quem foi a santa amiga que te convenceu a ir pra um chalé?
- To indo com o Roberto.
[Cara de desprezo em Fernando]
- Quem?
- O Roberto... cara do meu trabalho. Já te falei dele.
- Você ainda ta saindo com ele?
- Saindo não Nando. A gente ta namorando.
[Em Fernando, a cara de desaprovação de sempre, em Marília, uma dúvida tentando entender aquela situação na porta de sua casa]
Fernando queria dizer mais alguma coisa. Marília, aflita, não sabia o que pensar. Então, de testas franzidas ele inclinou a cabeça, como se tentasse analisar mais ainda aquela cena que tinha tudo pra ser normal e corriqueira. Mas seguiram sem entender.
[Silêncio]
- Vamô paaaaaiiiiiiiiii!!!!!!
A euforia e ansiedade de uma criança de 5 anos, na véspera do primeiro feriado do ano ao lado dos primos no sítio que ele tanto amava, interrompia toda cena.
+ Cena 2 +
- Quer dizer que sua mãe ta namorando?
- Tá.
- E como é esse tal de Roberto, Léo?
- Sei lá pai!
Entretido com seu MP3, Leonardo ainda era muito inocente pra entender que ele era sua única chance de fazer Fernando entender tudo aquilo. Através de Léo, Nando saberia como era o novo namorado de sua ex mulher, mas Léo estava monossilábico e não fazia idéia de como os adultos eram estranhos.
- Mas ele é um cara legal, filho?
- É. Acho que sim, pai. Desde que mamãe começou a sair com ele, a casa vive cheia de flores e ela sempre desliga o telefone com um sorriso no rosto.
- Ah é, Léo?!
Quem estava monossilábico agora era Fernando.
- É. E toda vez que eles vão sair, ela se arruma, se perfuma e parece uma princesa, igual a dos filmes. Ela sempre desce a escada e pergunta: “Filho, to bonita?” e eu sempre acho que ela está como uma princesa.
Fernando dirigia em direção ao sítio de seus pais e sua testa continuava franzida. Ouvia as palavras do filho e sabia muito bem o que ele queria dizer com “como uma princesa”.
- Pai, ele sempre liga pra ela, eles marcam e ela sobe para se arrumar. Depois ele pega ela, eles saem e ela volta feliz para casa. Porque você não faz isso? Liga pra ela, pai! Daí ela vai se arrumar como uma princesa, vocês vão se encontrar e ela vai voltar feliz pra casa!
Com um sorriso aberto, Fernando olhava o filho pelo retrovisor e admirava toda aquela inocência e simplicidade, natural de uma criança de 5 anos e rogava ao céu que aquela pureza demorasse ainda muito tempo para passar, antes que o pequeno entrasse no cruel e complicado mundo dos adultos.
- Sabe pai, eu não entendo os adultos.
- É filho... nem eu. Nem eu.
+ Cena 3 +
Sentada na varanda que dava para um conjunto de outras casas, todas germinadas, Marília terminava seu suco de laranja com vodka. Suco que ela havia aprendido a misturar, graças a vergonha que sentia em tomar vodka pura na frente do filho, então como disfarce óbvio, misturava ao suco e assim tomaria sem pudores.
Marília nunca bebia na frente de Léo e estar na varanda, mesmo com o pequeno ausente, já era sua mania preferida.
Do lado de fora, ela olhava atenta para o silencio dentro da casa. Era uma casa grande, 3 quartos, sala de jantar, de estar e cozinha bem amplos. Fernando não suportava casas pequenas e quando da separação, o casal achou por bem Marilia continuar na casa, já que em um apartamento pequeno ou numa casa térrea talvez, não poderia levar toda mobília já tão característica a tudo vivido ali.
[Olhar perdido de Marilia, atravessando a sala e fixo na porta principal, fechada]
O dia estava lindo e o céu, absurdamente convidativo. Seria mesmo um pecado seu pequeno Léo não mergulhar e era óbvio que ele entraria na água! Rindo de sua patetice enquanto mãe, lembrava da sua própria e dos conselhos tão manjados.
Ouvia pássaros ao longe e ouvia até demais. Sentada, com os joelhos recolhidos sobre seu colo, se espreguiçava e estendia uma de suas mãos em direção a grade de alumínio que a separava do jardim enquanto olhava sua pele rosada debaixo do sol. Aquele canto da casa era realmente o mais especial e Marilia amava demais o sol pra deixa-lo ali sozinho, iluminando e aquecendo uma varanda vazia. Ficava ali.
Dali 2 horas Roberto chegaria com todo feriado planejado em sua mente e ela adorava aquilo. Adorava se sentir guiada, conduzida, adorava não ter que pensar em nada e deixar que o curso se encarregasse de tudo e Roberto era prestativo, havia feito reservas, planejado e fechado o pacote 2 meses antes. Marilia só se deixava levar. Era uma segurança renovadora e estar ali era definitivamente um santo remédio as dores dos últimos tempos.
+ Cena 4 +
Ao recolher alguns brinquedos espalhados pela sala, Marília notou que havia esquecido de colocar os chinelos de Leonardo na bolsa. Imediatamente pensou em avisar Fernando.
[Léo era a razão mais não óbvia para Marilia e Fernando se falarem. Eles sempre se ligavam para saber como estava o menino, mas o mais óbvio nisso é que aquilo era só uma desculpa. Mas essa era mais uma mania estranha do casal. Aquelas coisas que os dois sabem e entendem, mas fingem que não vêem, como o ocorrido com o tal telefone do chalé]
Mas desta vez Marília não ligaria. Era fato que Fernando logo perceberia que o menino estava apenas com o tênis e logo trataria de comprar um chinelo, sandália, coisa assim. Não era necessário ligar para dizer isso, mas era ela e ela sempre fazia isso. Ligava para dizer as coisas mais banais possíveis ou só pra “avisar” algo ou “lembrar” Fernando de fazer tal coisa para o pequeno. Desculpas. E ele adorava, possivelmente até achasse normal aquilo, visto que fazia igual (não com tanta intensidade, afinal Léo morava com a mãe e como mãe Marilia era realmente ótima). Mas como ela sempre fazia e ele sabia, foi de modo estranho que Fernando encarou aquela não reação.
- Alô?
- Oi Má. É o Nando.
[Apesar do identificador de chamadas, esse era mais um ritual estranho entre eles. Eles sempre se identificavam, não importando quantos anos se passassem e nem o quão aquelas vozes fossem tão inconfundíveis a ambos]
- Oi. Tudo bem?
- Tudo. Má, você esqueceu de colocar os chinelos do Léo na bolsa!
- É eu sei! Eu percebi agora a pouco.
- Percebeu?
- Ah, percebi! Mas deduzi que sua mãe pudesse ter algum perdido no sítio, ou sei la, logo você perceberia e iria comprar algo.
[Silêncio envolto em ruídos no telefone e ruídos na cabeça de Nando]
- Nando?
- Oi Má...
- Oi, então, eu percebi, mas ai pensei que sua mãe....
[Interrupção]
- Má, você percebeu que havia esquecido de colocar algo na bolsa dele e não me ligou?
- Ah Nando! Nem pensei nisso! E pára! Eu nem sou tão neurótica assim!
[Risos]
Apesar da risada, Fernando sabia que algo estava mudando. Marília adorava bancar a mãe perfeita e eles viviam arranjando desculpas para se falar, porque agora seria diferente? Sim, era só um chinelo, mas Fernando sabia o que aquela não ligação queria dizer. Marilia estava tocando o barco e já não ligava mais desesperadamente para Fernando, a troco de nada, pra falar qualquer coisa. E aquilo o assustava.
- Má?
- Oi.
- O telefone ta no viva-voz?
- Ta.
- Tira, por favor. Você sabe que eu detesto.
- Eu to sozinha em casa, Nando.
- Má?
- Oi.
- Tira.
[Humpft! Ela pegava o aparelho e se jogava no sofá]
- Pronto.
- O fone ta perto do seu rosto?
- Sim.
[Respiração forte. Suspiros de ambos. Sim, é mais uma mania estranha... eles adoravam ficar em silencio no telefone, ouvindo um a respiração do outro, ou os suspiros, qualquer coisa. E eram naqueles silêncios que eles falavam mais do que em qualquer outro momento.]
- Paaaaaaaiiiiiiiii!!!!! Já escolhi!!!!!!!
- Má, tenho que ir. O Léo já se decidiu pela cor do chinelo.
- Tudo bem Nando.
- Um beijo.
- Beijo.
19 de maio + Trilha Perfeita +
29 de outubro + Verdades Veladas +
+ Divas +
Foi por causa de uma dessas coincidências da vida que "Divas Abandonadas" (Teté Ribeiro, julho 2007), caiu no meu colo e antes de ler a sinopse e as críticas, encomendei. Queria entrar no livro com o espírito limpo, sem as opiniões de outros, queria ler e sozinha tirar minhas impressões.
Capítulo por capítulo, "Divas Abandonadas" abria um buraco no meu coração... Devorei em 10 dias ininterruptos e assim como a Constanza, "eu só parava para o que era essencial". Champagne, glamour, sofisticação e tailleurs. Divas em todos os níveis. Fora o luxo e sofisticação, muito bem descritos, diga-se de passagem, Teté conseguiu ilustrar bem todo sofrimento vivido pelas mulheres, que escondiam tudo com muita base e pó de maquiagem.
A linha fina é sugestiva: "os amores e os sofrimentos das 7 maiores divas do século XX" e por si só já remete a uma óbvia ligação entre as palavras "amor" e "sofrimento". Só por ai já dá pra sentir o que vem pela frente. Mas apesar do possível tom dramalhão do título, o que se vê são deliciosas descrições, com especial atenção para Jackie O., Maria Callas e Marilyn Monroe e o modo como os caminhos das 3 divas intercalaram-se em certo ponto de suas trajetórias.
Mas o livro traz ainda, de forma sutil e delicada, as histórias de vida de outras divas, tão incrivelmente especiais e possivelmente desconhecidas pela maioria. Uma pena, pois são realmente arrebatadoras. Ingrid Bergman, Lady Di, Tina Turner e Sylvia Plath. Os atos inconseqüentes, desesperados, as voltas por cima, os medos e tudo que elas viveram em nome de seus amores, suas carreiras, seus homens, e claro, as humilhações, desilusões e vigores perdidos a cada nova decepção.
Nem tão ao céu, nem tão ao mar. Em “Divas” a autora acertou o tom e fugiu dos fatais clichês. E o cuidado teve mesmo que ser grande, já que ao falar de amores perdidos e desilusões, é quase impossível não esbarrar nos tais chavões melódicos e descambar para o drama mexicano, mas Teté segurou a barra e descreveu tudo com o preciosismo e delicadeza necessários para criar cenários e expectativas a cada página virada.
Fácil é sentir raiva da Assia e da Camilla e nojo das amantes que Jack levava para Casa Branca; abominar o modo vil como a mídia abandona suas estrelas; sentir raiva da violência gratuita e covarde de Ted e Ike. Fácil também é entender a amargura de Callas e o silêncio de Sylvia. Mais do que primeiras-damas, princesas, poetisas, atrizes e cantoras, elas eram mulheres, amantes, amigas, mães, companheiras, confidentes e tudo ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo em que, inclusive, eram submetidas a situações desesperadoras e destrutivas.
E os atos e ações (definitivas em alguns casos), foram dos mais diversos, passando pela escolha de Jackie, que preferiu fingir não ver, ao isolamento de Diana, que foi para uma casa longe das peripécias do príncipe, passando ainda pelo cárcere de Tina, em nome da carreira e dos filhos. E há ainda as entregas de Marilyn (aos remédios) e Ingrid, ao amor, colocando quase tudo a perder.
“Divas” é assertivo e apresenta ao grande público a vida semi privada de 7 mulheres. O que chama atenção na sutileza do livro é justamente o fato de que, sim, as histórias são, (todas!) dramáticas, com direito a muitos choros, ausências, dúvidas intermináveis, traições e claro, abandonos e é aí que a autora se sobressai, já que explana os acontecimentos sem expor vulgarmente as vidas já tão reviradas destas mulheres.
+ Sylvia +
Claro, escolhi minha preferida e ao final, voltei para ler novamente seu capítulo. Sylvia Plath me encantou desde a primeira linha e fui ao google devorar tudo que podia a respeito da poetisa. Descobri o filme ( http://www.sylviamovie.com/ ) e muito mais. Alta, pálida e intensa. Óbvio que me identifiquei de cara! Mas não foram só esses fatores que me levaram a mergulhar na história de Sylvia. "Sylvia Plath integrou a geração de "poetas malditos", que produziram freneticamente ao mesmo tempo em que vivenciavam intensas agonias pessoais". Preciso falar mais alguma coisa sobre minha imediata identificação?
Ela era escritora, apaixonada e tinha uma vontade absurda de viver tudo de uma vez. Rasgava seus escritos, queimada o que lhe trazia mágoa e tristes recordações, escrevia mais e mais e rasgava e queimava mais e mais, sofria com suas agonias, transformando tudo em textos e por fim, amava Ted com a violência e intensidade dos amores juvenis e era justamente a intensidade que os tornava um casal brilhante. E bastaram 3 semanas após aquele janeiro de 56 para que Sylvia pedisse Ted em casamento.
Juntos Ted Hughes e Sylvia Plath escreviam e como disse Teté, (constatei mais tarde que era pura verdade!), não há como entender os textos dele, sem ler os dela e vice-versa. Hughes e Plath, eram complementares e essenciais, não só nos escritos e no amor, mas na intensidade com que viviam a paixão e as dores causadas por isso. Foi neste ponto em que realmente me encantei por Sylvia, seus poemas, textos e o modo como estes se amarravam aos de Ted (assim como os dele, aos dela).
+ Crise +
Enquanto Sylvia escrevia enlouquecidamente, Ted iniciava sua incursão pelas letras e foram muitos os textos mal rabiscados dele, que ela ajudou a organizar para futura publicação. E claro, veio o sucesso, dele. Graças a edição, dela. Talvez essa tenha sido a primeira decepção da escritora, mas logo o sucesso dela viria também e era assim que o casal seguia produzindo, em média 6 horas por dia, (segundo um acordo feito assim que casaram-se, 5 meses após o primeiro encontro). E era com essa mesma intensidade, misturada a uma certa raiva e desespero, que o casal se arrebentava (em todos os sentidos) na escrita, na cama, pela casa, por todos os cômodos.
Ao contrário de outras mulheres descritas no livro de Teté, Sylvia batia em Ted! E ele, revidava. Mas fora as agressões físicas (quase sempre iniciadas por ela), o que fica claro, lendo as biografias do casal, é que, o que magoava profundamente a escritora, eram as ausências e agressões verbais de Ted e até o modo como ele lidava com o trabalho dela, já que o talento da esposa ainda era recente na época, além das incertezas sentidas por ela.
Apesar do casal manter uma vida sexual bem ativa, nada impediu que Ted a traísse, abrindo assim mais uma porta de dor e mágoa no caminho de Sylvia, contudo, analisando sua morte precoce, prefiro acreditar que, assim como Zelda, não foi culpa de Ted (nem de Scott *).
(*) Em tempo, Zelda e Scott Fitzgerald são outro casal que me encanta, também pela intensidade, mas assim como Sylvia e Ted, fica difícil entender o que houve ao certo. Zelda enlouqueceu pois não suportou o alcoolismo de Scott ou Scott entregou-se a bebida por ver o esquisofrenismo de Zelda piorar mais e mais a cada dia?
Nunca saberemos ao certo porque Scott preferiu simplesmente, por diversas vezes, internar Zelda. Assim como também nunca saberemos os porquês avassaladores e definitivos que desesperaram Sylvia.
* Sylvia Plath suicidou-se nas primeiras horas do dia 11 de fevereiro de 1963 aos 30 anos, em sua casa, Londres. Zelda Fitzgerald faleceu em 10 de março de 1948 durante um incêndio que vitimou ainda mais 8 pacientes do Hospital Highland, Asheville, Carolina do Norte.
27 de outubro + Pecado +
Minha amada Camila, você é especial, mas é frágil e não está curada ainda pra sair assim, nessa friagem, com a cabeça molhada. Tome cuidado, meu anjo. Fique quieta rodeada por seus anjos, se cure, não atropele o tratamento, não saia correndo por aí sem proteção. Você me assusta querida, me assusta... pois eu te amo tanto e não suporto quando fica fora de si e se joga incondicionalmente... Camila, terei que gritar com você? Terei que te bater? Segure esse coração bobo perto de você e não saia correndo por aí sem agasalho, sem seus escudos. Clareia essa visão e enxerga Camila! Enxerga a verdade! Você precisa respirar, não pare, não agora...
Não caia meu amor, não caia. Te amo, te quero bem, te quero lúcida e sei que seu coração não suportaria outro inverno. Camila, se houvesse como te segurar em seu mundo, no que é belo e doce, no que é pleno e real, amor, eu te seguraria. Se eu pudesse filmar todos os seus sorrisos bobos e lindos, talvez você entendesse do que estou falando. Você fica linda quando sorri!!
Olha, meu bem, para seus momentos mais introspectivos, onde só há você, seus escritos e Chico Buarque inundando o quarto, lhe permito 5 minutos de choro. Lhe permito apertos inconsoláveis no peito, falta de ar. Mas não mais que isso! 5 minutos e basta! Após isso invadirei o quarto, desligarei o som, lhe tirarei os papéis das mãos e te levarei para superfície. Farei isso porque te amo demais e seu coração está frágil, está ainda em recuperação e não lhe permitirei estatela-lo no chão! Quero você refeita, de cara lavada e linda, como tem sido nos últimos tempos e como você gosta tanto de ser.
Camila, olha pra mim, me responda, porque ainda faz essas coisas? Camila, querida, não me mate de angustia, deixando que eu fique sempre assim apreensiva, sem saber quando será sua próxima queda, sem saber como se comportará amanha, sem saber se conseguirá tocar seu dia e realizar as atividades mais banais do dia a dia...
Minha querida, que de tão branca se faz boneca, ouça: Sim, é pecado. O que houve foi uma brincadeira sem graça, anjos distraídos deixando vocês se separarem. Pecado. Fez-se sem sentido este não perdoar, fez-se fogo brando aquela labareda e não foi erro querida, não foi. Por isso, não se questione mais, pois não há respostas a esse pecado.
Amor, haveria tantas ‘Bárbaras’, ‘Cecílias’ e ‘Angélicas’ quantas mais houvesse de ter, quantos anos mais, mas não haveria respostas. Haveria você Camila. Por todos os poros, cabelo, pele e colo. Haveria você, debatendo sobre todos os assuntos, rebatendo e divagando, ouvindo ou calando, segurando a barra, ouvindo os choros e gritos, sorrindo ao acordar e olhar para o lado, segurando as mãos todas as noites antes de enfim pegar no sono... Haveria você querida, haveria, mas não há. Não mais se agarre a isso, siga querida, siga. Não quero brigar com você, não quero te ver assim, não quero. Você não agüenta. São 1,78 de pura entrega e devoção, então levanta amor, levanta e olha pro espelho, olha como sua pele está corada agora. Vê? Minha branquela... rs! Vê os anjos? Então amor! Sorri de uma vez!
+++
Camila, Camila, Camila...
27 de outubro + Sobre a beleza e outros efeitos +
E sobre o exercício diário... Temos que deixar que o sol brilhe o suficiente para aquecer e que os corpos que queiram ficar ali, embaixo dele, fiquem e se aqueçam, sem a necessidade de mais nada. Precisamos entender e acreditar que os anjos estão todos de braços abraços prontos para adorar uma nova história..., mas é preciso ponderação e deixar que os sabores permaneçam nos lábios por longos períodos... por períodos necessários para serem absorvidos, sorvidos. Não se pode atropelar, acelerar, não se pode viver sobre a necessidade urgente de algo concreto, algo ‘acertivo’, definitivo. O sabor de hoje é pra ser vivido hoje e se amanhã não houver mais sabores, saberemos que saboreamos o que pudemos e fomos feliz. E é isso que basta.
* Trechos de um texto longuíssimo que escrevi em 24/10, ao voltar para casa. Como ficou longe demais e provavelmente subjetivo demais (ah, vá! eu subjetiva?! rsss), preferi colocar só esses pedacinhos... Aliás, que pedacinhos... depois de pronto, pensei: Nossa, como consegui traduzir tudo que meu coração estava sentindo? Daí lembrei que certa vez, há bem pouco tempo atrás, ouvi de uma pessoa a seguinte frase: "Camila, só você pra conseguir dizer essas coisas assim, tão claramente e tão certas. Só você pra conseguir dizer tudo que está sentindo, assim, de forma tão objetiva e certa". Na hora eu ri, mas talvez ele tenha razão... ou talvez sejam só ímpetos e chega de falta de modéstia! rs!!
26 de outubro + Wake Up +
22 de outubro + O Amor Paciente +
Leonard era verdadeiramente bom e paciente. Amava Virginia incondicionalmente, mesmo em seus piores momentos de crise. Compreensivo, era capaz de traduzir o mundo nefasto para sua querida, especialmente nos momentos em que ela não podia enxergar por si só. Pecado nós e Leonard termos a perdido.
O amor compreende.
O amor fica ao lado.
O amor entende.
Só o amor.
Por amor permitimos que nos amem e deixamos que o amor nos cure.
"It is. It is my voice! It is mine! I am dying in this town!. . . If I were thinking clearly . . . if I were thinking clearly . . . If I were thinking clearly Leonard, I would tell you that I wrestle alone in the dark, in the deep dark, and that only I can know, only I can understand my own condition. You live with the threat - you tell me. You live with the threat of my extinction. Leonard, I live with it, too. This is my right. It is the right of every human being. I choose not the suffocating anesthetic of the suburbs, but the violent jolt of the capital. That is my choice. The meanest patient, yes, even the very lowest is allowed to have some say in the matter of her own prescription. Thereby she defines her own humanity."
19 de outubro + Varinha de Condão +
Rezo baixinho pra encontrar dentro do teu beijo a minha salvação
E prometo te entorpecer quando a noite chegar
E deixar que o meio seja nosso refúgio
Abrirei a boca aos poucos pra mergulhar em nosso mundo novo
E manterei meus olhos fechados por quanto tempo o céu precisar pra te encontrar
Deixar que a chuva fina seja apenas o choro dos anjos, ou pedras de cristais derretidas, ou ainda, litros de água corrente e colorida escoando céu abaixo, céu adentro, céu
Segure em minhas mãos e sorria
Seu sorriso é minha perdição
A chave que abre o meu coração
A verdade em forma de oração
A magia de uma varinha de condão
Sei que todo anjo tem medo, como a Isabella costuma dizer, mas eu não. Não mais.
18 de outubro + O Último Anjo +
"E se eu quiser gritar
Você ensurdecer
O sol cair no mar
e de frio morrer em pleno verão
Tá tão estranho aqui
Pareço desfocar o que você sorri
Por pura intuição
Se a água não correr
A lua despencar
O horizonte inteiro verticalizar
Inverter a rotação
Me traga a sua mão
Varinha de condão
Reze uma oração
Pai, filho e espírito são
Somos o meio entre o principio e fim
Fomos freio entre o bom e o ruim
Me dê o chão pra pisar
Um coração para amar
Me trate bem
Sou um anjo caído do além
Me trate bem
Todo anjo tem medo também
Ainda que eu falasse a língua dos homens,
que eu falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria"
14 de outubro + Simples perfeição +
08 de outubro + Pelos Ares +
É através deles que agora eu vejo a vida
E ver a vida através dos seus olhos é ver de verdade
04 de outubro + All this fear falls away +
Isso é o que me faz dizer
Que vejo flores em você"
"Tonight the sun shall see it's light
"Flores", Ira! e "Fair", Remy Zero
02 de outubro + Alívio Imediato +
Pra ser sincero eu não espero que você
Um dia desses
Um dia desses
01 de outubro + O inevitável momento +
Existem decisões que têm que ser tomadas. Geralmente por uma das partes e geralmente porque a outra parte não deixou muita escolha. Uma destas decisões é partir. Partir, sair de perto, perder de vista, ir para outro lugar, soltar a mão e partir. Seguir.
Mais do que pensar nisso e elaborar cartas fantásticas com o título: “O dia em que eu finalmente disse adeus”, é preciso agir. Colocar na cabeça que existem obstáculos intransponíveis e que não há amor grande o bastante ou suficiente, se o outro não está disposto a receber.
O amor acaba. Fatalmente acaba. As vezes do nada e quase sempre por motivos escondidos pela poeira do dia-a-dia. Geralmente alguém sofre, mas no final acaba sendo melhor, já que viver numa relação tóxica e doente é péssimo, só nos faz mal. Mas nunca enxergamos isso e sofrer com o inevitável adeus é fato para quase todos nós, meros mortais.
O amor acaba na deselegância de uma ligação não retornada, num silencio ao te ver online e não puxar papo, num tom frio de voz quando você termina de derramar uma história linda pelo telefone. O amor acaba na inércia e no egoísmo do outro. Acaba no silencio das horas frias do interminável mês de julho.
O ciclo é natural e decepcionar-se, quase sempre inevitável. Enquanto estamos envolvidos nem sequer pensamos no sofrimento que uma possível separação nos traria (1). Um dia me disseram: “ninguém tem um plano B!”. É verdade. E nos damos, nos envolvemos, somos repletos e imergimos naquela atmosfera mágica e imutável!
Até que, terrivelmente, o telefone um dia pára de tocar. De repente, assim, sem mais, o adeus inconseqüente (ƒ). Pedaços pelo chão. Ninguém nunca está preparado (+) e os dias de terror começam, sem a menor previsão de término.
Esclarecimentos sobre este início: (+) Bem possivelmente talvez ainda existam os que ainda se joguem intensamente nas paixões, sem o menor medo das quedas, conservam a pureza e envolvem-se completamente, sem medo. Tudo bem em jogar-se, até porque acredito que não de pra amar pela metade ou “só um pouquinho”..., porém, essa entrega total e plena deve ter, sim, uma medida de precaução (passei a considerar isso após alguns anos e horas com minhas amigas ao telefone).
É fato que ficamos com os pés mais atrás e vamos aos poucos... as experiências fazem as entregas serem menos afoitas e passamos a ter mais cuidado e zelo com nossos corações... Agimos com mais cautela, sem a fúria deliciosa e juvenil e assim os tombos tendem a doer menos, mas ainda doem, claro. Ficamos, sim, mais frios.
Mas entregar-se é preciso e completamente necessário, sempre e pra sempre. E isso nada tem a ver com amores mornos ou incendiários. Amores mornos são insossos e vazios, causam sempre a sensação de que há algo errado e algo faltando e isso nada tem a ver com entregas.
(ƒ) sobre o adeus inconseqüente e sem mais, aprendi que nunca são tão inconseqüentes assim e no fundo todos sabem os problemas que existiam na relação. O que acontece é que geralmente um anula mais do que o outro as coisas que preferiria não enxergar.
Retomando aos dias de terror, 1º vem a idéia de que é passageiro e o outro está confuso. Os dias passam, as conversas são amenas e não mais constantes... Tudo aquilo te soa inacreditável. A solidez era grande demais para isso ser verdade. Diante da não volta começa um leve desespero, uma angústia, as ligações pra dizer nada, as cartas, os vazios. “Como assim? O que você está fazendo com a gente? E tudo que dissemos, fizemos?”
Ainda desacreditando, você tem que se apegar a algo: a culpa. Começa a fase 2. O outro te trata como lixo e mesmo assim você ainda ama e pior: tem certeza de que a ‘culpa’ é sua. Certeza de que errou feio!! Confuso e remoendo suas ‘falhas’ vem a fase 3, que é uma das mais terríveis, pois além de triste, você agora se culpa por tudo! Show de humilhações, inconformismo, remorso, vontade de correr, voltar no tempo, mudar tudo que fez de ‘errado’. Tudo entre aspas, pois não é uma questão de erro, mas só enxergamos isso tempos depois...
O esforço é em vão. Você falou, tentou, disse que mudaria e nada... Já cansado, começa a fase 4: isolamento. Dane-se de quem foi a “culpa”, se fez tudo “errado”, já não importa. O outro não volta mesmo. Não retorna as ligações e se retorna, é frio e anos luz mais sereno do que você. Sua vontade é pedir, implorar e a humilhação da fase 3 agora retorna mais intensa. Mas já não importa. O outro não volta. Mesmo. E esta constatação te joga na cama, largado, perdido, sujo e despedaçado. Morrer dormindo seria uma ótima idéia, “mas não posso morrer!! E se ele ligar?” A mesma razão para viver te faz querer morrer.
Finalmente a luz! Não, você não morreu. São seus amigos piscando o farol e fazendo barulho em frente a sua casa. A luz também vem da luminária esquisita daquele bar estranho pra onde te arrastaram... é a fase 5. Recusar os convites começa a pegar mal. Qualquer boteco da esquina serve e seus amigos insistem. Você já está caído a um tempo e eles têm certeza de que aquela vodka com laranja será seu remédio. O corpo está lá, você até ri e interage, mas na volta pra casa, fareja a cama como um cão caçador.
É nessa fase também que, geralmente, surge a raiva. Raiva do que o outro fez com o relacionamento de vocês. Raiva pelo desprezo e frieza. Você enfim se dá conta de que há um tempo não se falam e sente raiva especialmente porque para o outro tudo segue normalmente e pior: segue bem e sem você. Você enfim nota o que para o outro já é verdade há um tempo: acabou. A raiva desembaça a visão.
A 6ª fase geralmente começa com uma dor de cabeça incrível e a ressaca parece eterna. Você acorda e percebe que há tempos não ouve aquele cd bacana daquela banda alternativa que você adora e fazer a barba ou trocar o esmalte voltou a ter sentido. Você nota enfim que já não espera tanto aquele telefonema ou e-mail.
É a calmaria. A agonia deu um tempo e a dor dissipou um pouco. Sorrir e sair de casa voltou a ter porque. As vezes o telefone toca naquela hora clássica em que vocês costumavam se falar e dá um friozinho, mas você já não olha freneticamente para o visor do celular.
Esse processo leva um pouco da nossa capacidade de amar loucamente, de nos embriagarmos, de nos deixarmos perdidos propositalmente no outro, mas sempre vai ficar a essência, os seus gostos preferidos, o prazer de se aquecer no sol, o sorriso espontâneo e a frase improvisada, meio engasgada quando aquela pessoa potencialmente interessante enfim te chama para sair.
Voltarei para falar sobre as decisões que têm que ser tomadas e sobre mais algumas coisas que pensei sobre os finais, mas no momento estou um pouco cansada e vou parar, na verdade estou cansada e psicologicamente esgotada. Falar sobre essas fases me esgotou e preciso descansar.
De tudo.
30 de setembro + Com amor, Camila +
Dear EN, é sempre divertido encontrar você e adoro o modo como me olha enquanto dançamos. Gosto quando sorri e lembra das coisas que lhe contei há muito tempo atrás. Gosto quando estamos sozinhos e o modo como me olha sempre que estou olhando para outros lados. Adoro também esse seu jeito pseudo cafajeste e essa sensação que tenho de que nunca terminaremos a história. Adoro sentir isso e ser só isso o que sinto. O que mais me encanta e me alegra é ter sido forte para não me apaixonar por você quando isso começou e era tão intenso. Com amor, Camila.
Dear RG (vale também para LE), você começou bem, usou as palavras certas e me atiçou da melhor maneira possível. Você foi meu motivo para sorrir durante o período em que estive no covil. Suas palavras me ardiam em segundos. O que gosto é de lembrar da potencia e intensidade do meu lado mais violento, mais mulher e de como ele aflorava quando eu subia em você. Pena que a sós sua velocidade em me beber toda em um gole só me assustou. Já quis te encostar na parede e sussurrar no seu ouvido que “nunca mais teria meus lábios dentro dos seus”, mas segurei e hoje, ao ver seus e-mails chegando e seu nº gritando no visor do meu celular, nada mais acontece. Com amor, Camila.
Dear EL, há um tempo eu estava sozinha e olhando tudo por cima do mundo quando você apareceu e sorriu. Após meus (quase) 2 erros quase fatais, eu segurando a barra para não cair em tentação por eles, finalmente me apaixonar por você era a segurança necessária para voltar a viver. Você era forte, determinado, tímido e seguro. Meus braços te enlaçaram e dali eu só sairia para o altar. Mas havia algo mais ardendo, ou algo menos. Nunca soube bem o que aconteceu, contudo, lembrar dos seus olhos pasmos quando me olhou pelo salão e não conseguiu pronunciar uma única palavra foi o que te fez merecer um parágrafo aqui. Com amor, Camila.
Dear SL, você me causou algum interesse, curiosidade e acho que poderíamos ter nos divertido se você tivesse sido mais afoito, tivesse ido com mais sede ao pote, tivesse dito o que seu coração queria, quando eu olhei em seus olhos e lhe dei minhas mãos para segurar. Se não tivesse respeitado tanto meu “momento indefinido”. Houve dias em que eu realmente estive bem disposta... Não mais. E sinceramente, ainda não entendo o que diz quando me liga pra dizer nada. Com amor, Camila.
Dear RM, saber que fomos adultos o bastante para reconhecer os erros, fazer curativos em nossas feridas antigas e nos perdoar, me enche de felicidade! Finalmente em paz com meu passado! Te ver ainda em prantos me entristece e não sei se ainda me quer por perto, ao menos te ouvindo e na pior das hipóteses, te fazendo rir de qualquer coisa. Sei que as coisas se confundiram e se perderam, mas deixa. Agora que já sabemos que podemos ser bons confidentes e que comigo você consegue “falar sobre tudo, com a maior naturalidade” e que “há tempos não tinha conversas assim tão profundas com ninguém”, pra que estar longe? Seria mesmo divertido se algum dia conseguíssemos ficar por perto, horas e horas, apenas falando, falando... como fizemos no inverno. Com amor, Camila.
* Formato e idéia original by Alanis Morissette, em Unsent